A manhã de quarta-feira, 22 de outubro de 2025, foi marcada por uma série de ataques aéreos coordenados que atingiram Kyiv, a capital ucraniana. Utilizando uma combinação de mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados (VANTs), a ofensiva teve início ao amanhecer, visando infraestruturas civis e áreas residenciais em diversas partes da metrópole. Este evento representa mais um capítulo na escalada do conflito em curso, afetando diretamente a vida dos cidadãos.
As autoridades locais rapidamente divulgaram o balanço preliminar dos estragos. De acordo com Timur Tkachenko, chefe da Administração Militar da Cidade de Kyiv, e o prefeito Vitali Klitschko, os impactos foram sentidos em pelo menos cinco distritos da capital, incluindo Pecherskyi, Darnytskyi, Solomyanskyi e Dniprovskyi. O distrito de Dniprovskyi registrou os danos mais graves, onde o oitavo e o nono andares de um edifício residencial foram atingidos, resultando na trágica morte de pelo menos duas pessoas. As equipes de resgate confirmaram que dez indivíduos foram salvos deste mesmo prédio.
Em outras áreas, os danos também foram significativos. No distrito de Darnytskyi, focos de incêndio irromperam tanto em um prédio residencial de múltiplos andares quanto em estruturas não residenciais. Os distritos de Pecherskyi e Solomyanskyi foram afetados principalmente pela queda de destroços, que provocaram incêndios localizados e causaram estragos em pátios internos e cooperativas de garagens, demonstrando a dispersão da ofensiva.
Este incidente se insere em um padrão crescente de intensidade das operações aéreas. Uma análise detalhada da inteligência britânica aponta para um aumento substancial no uso de drones de ataque pela Rússia. Em setembro de 2025, foram empregadas cerca de 5.500 unidades, um volume que superou em 1.400 unidades o total registrado em agosto, que foi de 4.100 unidades. Notavelmente, o dia 7 de setembro destacou-se como um dos mais intensos, com o lançamento de mais de 800 alvos, majoritariamente drones.
A dimensão estratégica dessas ações, conforme avaliado por observadores internacionais, reside na tentativa deliberada de sobrecarregar os sistemas de defesa aérea da Ucrânia. Essa tática envolve a utilização simultânea de mísseis de alta precisão e uma grande quantidade de VANTs mais baratos. A inteligência britânica também ressalta que a infraestrutura crítica ucraniana, especialmente o sistema energético, permanece como alvo prioritário à medida que o período de inverno se aproxima. Até a data do ataque, em outubro de 2025, a Rússia já havia executado quatro ataques de grande escala contra a rede de energia.
Como era de se esperar, a comunidade internacional manifestou veemente condenação a estas ações, classificando-as como graves violações do direito internacional. Para os moradores da capital que vivenciaram esta madrugada, o ocorrido reforça a importância da coesão interna e da coordenação em face da pressão externa. Enquanto os esforços de reconstrução continuam, a resiliência da população de Kyiv é posta à prova mais uma vez diante da persistente ameaça aérea.