O Telescópio Espacial Nancy Grace Roman da NASA está a postos para uma missão sem precedentes, com o objetivo de mapear 20 mil milhões de estrelas na nossa galáxia, a Via Láctea. Este ambicioso levantamento, conhecido como Galactic Plane Survey, representa um salto quádruplo em relação ao número de estrelas atualmente mapeadas, prometendo uma compreensão mais profunda da estrutura galáctica, dos processos de formação estelar e da origem do nosso próprio sistema solar.
O lançamento do Telescópio Roman está previsto para o mais tardar em maio de 2027, com a possibilidade de antecipação para o outono de 2026. O meio interestelar, composto por gás e poeira, é fundamental para a criação de novas estrelas e planetas. Ao estudar este meio, os astrónomos obtêm informações cruciais sobre os mecanismos que impulsionam a formação de corpos celestes. O Galactic Plane Survey foi concebido especificamente para investigar estes fenómenos, mapeando a distribuição de estrelas e do meio interestelar por toda a galáxia.
Este esforço colaborativo, que incluiu um workshop virtual em fevereiro de 2025, garantiu que o projeto do levantamento maximizasse os retornos científicos. A gestão da missão Roman é liderada pelo Goddard Space Flight Center da NASA em Maryland, com contribuições significativas do Jet Propulsion Laboratory da NASA e do Caltech/IPAC na Califórnia do Sul, bem como do Space Telescope Science Institute em Baltimore. Parceiros industriais chave, incluindo BAE Systems Inc., L3Harris Technologies e Teledyne Scientific & Imaging, também desempenham papéis vitais.
Os dados recolhidos pelo Telescópio Roman serão disponibilizados ao público através do Roman Research Nexus e do Barbara A. Mikulski Archive for Space Telescopes, promovendo a investigação e a descoberta globais. Ao mapear biliões de estrelas e o meio interestelar, o Telescópio Roman oferecerá perspetivas sem precedentes sobre os processos que moldaram a nossa galáxia e continuam a influenciar o seu desenvolvimento.
A capacidade do Telescópio Roman de observar através da poeira galáctica, utilizando luz infravermelha, permitirá aos cientistas desvendar os mistérios da estrutura espiral da Via Láctea e os ciclos de reciclagem galáctica, que foram anteriormente obscurecidos pela densa névoa interestelar. A missão Gaia da Agência Espacial Europeia, que mapeou cerca de 1.8 mil milhões de estrelas, forneceu dados valiosos, mas o Roman irá expandir este conhecimento a uma escala sem precedentes, permitindo a criação de modelos mais precisos da nossa galáxia.
A análise de dados, que antes levava semanas em computadores de alto desempenho, agora pode ser concluída em horas com o uso de aprendizado de máquina, como demonstrado por estudos recentes com dados do Gaia, otimizando o tempo computacional e o consumo de energia.