Harvard Testam Dispositivos Movidos a Luz Solar para Pesquisa na Mesosfera

Editado por: Tetiana Martynovska 17

Uma equipe de pesquisadores da Escola John A. Paulson de Engenharia e Ciências Aplicadas (SEAS) de Harvard desenvolveu e testou com sucesso dispositivos leves e alimentados por energia solar, capazes de levitar na mesosfera da Terra, a aproximadamente 70 quilômetros de altitude. A inovação, detalhada em um estudo publicado na revista Nature em 13 de agosto de 2025, utiliza o princípio da fotoforesis para viabilizar a exploração atmosférica. A mesosfera, localizada entre 50 e 100 quilômetros de altitude, é uma região desafiadora para o estudo por ser inacessível a aeronaves e balões meteorológicos tradicionais, e muito baixa para satélites em órbita, o que levou à sua denominação de "ignorosphere". Os dispositivos são compostos por membranas finas de alumina cerâmica com uma camada de cromo para otimizar a absorção de luz solar. Em câmaras de vácuo, simulando as condições de baixa pressão da mesosfera, esses dispositivos demonstraram levitação quando expostos a uma intensidade de luz solar de 55%. O mecanismo de fotoforesis, conhecido desde o século XIX, gera uma força de sustentação através do aquecimento induzido pela luz, que faz com que as moléculas de gás transmitam momento.

Ben Schafer, ex-aluno de pós-graduação de Harvard e autor principal do estudo, descreveu a tecnologia como um "salto quântico" na exploração atmosférica. A pesquisa, liderada por ele, David Keith (Universidade de Chicago) e Joost Vlassak (Harvard), tem potencial para ser aplicada em "enxames" de dispositivos para coletar dados contínuos sobre velocidade do vento, temperatura e pressão, aprimorando modelos climáticos e previsões meteorológicas. A semelhança entre a mesosfera terrestre e as atmosferas tênues de outros planetas, como Marte, sugere a adaptabilidade dessa tecnologia para exploração extraterrestre. A startup Rarefied Technologies, fundada por Schafer e Angela Feldhaus, visa desenvolver e comercializar essas plataformas levitantes, prometendo uma nova era de monitoramento e compreensão de regiões atmosféricas antes inexploradas.

Fontes

  • Space.com

  • Harvard SEAS News

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