Investigadores da Universidade de Cornell desenvolveram um modelo energético urbano inovador que está a apoiar significativamente a cidade de Ithaca, Nova Iorque, na sua ambiciosa meta de alcançar a neutralidade carbónica até 2030.
Esta ferramenta avançada, concebida pelo Professor Associado Timur Dogan e sua equipa no Laboratório de Sistemas Ambientais de Cornell, permite a simulação rápida do consumo energético dos edifícios de uma cidade e a análise de custo-benefício de várias estratégias de descarbonização. O modelo consegue processar os dados de energia dos edifícios de uma cidade em minutos num portátil comum, avaliando estratégias como a melhoria do isolamento térmico, a adoção de bombas de calor elétricas e a instalação de painéis solares em telhados.
Para Ithaca, o modelo analisou mais de 5.000 edifícios residenciais e comerciais, integrando dados de mapas geoespaciais, registos fiscais e registos de serviços públicos. As descobertas têm sido fundamentais para moldar a estratégia climática de Ithaca, revelando que a transição para bombas de calor torna-se financeiramente viável quando combinada com melhorias no isolamento e soluções de energia solar. Notavelmente, o modelo indicou que os edifícios residenciais multifamiliares são os mais rentáveis para renovar, especialmente quando se consideram incentivos financeiros.
A investigação, publicada no Journal of Building Performance Simulation, destaca a escalabilidade e acessibilidade do modelo, tornando-o um recurso valioso para municípios com recursos limitados. Um estudo semelhante realizado pela Universidade de Cornell em 2016 analisou opções para alcançar a neutralidade carbónica no campus até 2035. As descobertas do modelo de Cornell para Ithaca são consistentes com análises mais amplas sobre a descarbonização de edifícios, como um estudo da Harvard Joint Center for Housing Studies que analisou a eficácia em termos de custo e carbono de estratégias de renovação residencial.
A cidade de Ithaca, através do seu Green New Deal, adotado em 2019, visa a neutralidade carbónica até 2030, com um foco em garantir que os benefícios sejam partilhados por todas as comunidades, especialmente as desfavorecidas, e em criar um "corredor de empregos verdes". A cidade já garantiu 100 milhões de dólares em capital privado para impulsionar estas iniciativas.