A capital chinesa, Pequim, tornou-se o epicentro da robótica humanoide com o início dos Jogos Mundiais de Robôs Humanoides de 2025. O evento, que decorre de 15 a 17 de agosto de 2025, reúne mais de 500 robôs humanoides de 280 equipas de 16 países, incluindo potências tecnológicas como os Estados Unidos, Alemanha e Japão. Esta competição inaugural serve como uma vitrine para os avanços mais recentes em inteligência artificial e engenharia robótica, demonstrando a crescente capacidade de máquinas humanoides em diversas tarefas e desportos. A cerimónia de abertura, realizada a 14 de agosto, foi um espetáculo de destreza robótica, com os participantes a exibirem habilidades em hip-hop, artes marciais e a tocar instrumentos musicais. As competições em si abrangem uma vasta gama de desafios, desde eventos atléticos como futebol, corrida e ténis de mesa, até tarefas especializadas que simulam serviços do mundo real, como classificação de medicamentos e limpeza. Embora alguns robôs tenham demonstrado capacidades avançadas, outros enfrentaram desafios técnicos, como quedas durante as provas, o que sublinha a natureza dinâmica e em rápida evolução deste campo.
Estes jogos refletem a ambição estratégica da China de se consolidar como líder global em inovação tecnológica e influência geopolítica. O país tem investido massivamente em pesquisa e desenvolvimento em robótica e inteligência artificial, com um fundo de capital de risco apoiado pelo Estado de quase um bilião de yuans (aproximadamente 138 mil milhões de dólares) destinado a impulsionar estas áreas nos próximos 20 anos. Esta iniciativa sublinha a visão da China de integrar a robótica com outras tecnologias emergentes, posicionando os robôs humanoides como uma fronteira tecnológica chave. Especialistas da indústria, como Jeff Burnstein, presidente da Association for Advancing Automation (A3), destacam a vantagem da China neste domínio, impulsionada por estratégias nacionais robustas e apoio governamental. A China já é o maior utilizador de robôs do mundo, com uma quota crescente de instalações de robôs industriais. Esta liderança é alimentada por um ecossistema de inovação vibrante, uma vasta reserva de talentos em engenharia e IA, e capacidades de fabrico avançadas. A rápida implantação de humanoides na China, com o objetivo de aprender com o uso no mundo real e iterar modelos mais avançados, contrasta com as abordagens de outros países. O impacto destes avanços estende-se muito além das competições. Os robôs humanoides estão preparados para revolucionar vários setores, incluindo fabrico, logística, saúde e serviços. Empresas como a Boston Dynamics e a Tesla estão na vanguarda, desenvolvendo robôs com mobilidade bípede avançada, manipulação complexa e capacidades cognitivas aprimoradas. Projeções de mercado indicam um crescimento substancial, com alguns analistas a preverem que o mercado global de robôs humanoides poderá atingir dezenas de milhares de milhões de dólares nas próximas décadas. Estes desenvolvimentos não só prometem aumentar a eficiência e a produtividade, mas também oferecem oportunidades para abordar lacunas de mão de obra e melhorar a segurança em ambientes de trabalho perigosos, abrindo caminho para uma colaboração mais integrada entre humanos e máquinas num futuro partilhado.