A especialista em saúde digestiva, Inma Borrego, destaca a intrincada relação entre o estado emocional e o funcionamento do sistema gastrointestinal. Sua abordagem pioneira demonstra como emoções reprimidas e o estresse crônico podem desregular a motilidade intestinal e alterar a composição da microbiota, levando a inflamações e desconfortos abdominais.
Borrego defende uma visão integrativa da saúde, reconhecendo a influência mútua entre o bem-estar psicológico e a saúde física. Essa perspectiva capacita os indivíduos a assumirem um papel mais ativo na gestão da própria saúde, compreendendo o corpo como um sistema interconectado. Ela também alerta para a limitação de confiar exclusivamente em exames laboratoriais, como os de sangue, sugerindo que uma compreensão mais ampla e contextual do estado de saúde é fundamental.
O crescente campo de pesquisa sobre o eixo intestino-cérebro corrobora essa visão. Estudos revelam que o estresse, ao ativar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, libera hormônios como o cortisol, que podem comprometer a integridade da barreira intestinal e favorecer o crescimento de bactérias menos benéficas. Essa interação bidirecional significa que não apenas o estresse afeta o intestino, mas um desequilíbrio na microbiota também pode influenciar o humor e a saúde mental, com a microbiota produzindo neurotransmissores essenciais como a serotonina.
A ciência demonstra que o intestino, frequentemente chamado de "segundo cérebro", abriga uma vasta rede neural e está em comunicação constante com o sistema nervoso central. Essa conexão explica por que experiências emocionais intensas, como ansiedade ou preocupação, podem manifestar-se fisicamente através de sintomas digestivos, desde alterações na motilidade até inflamações.
Especialistas observam que, quando exames convencionais não revelam anomalias claras, mas os sintomas persistem, é crucial investigar as influências emocionais e ambientais que moldam a resposta do corpo. Borrego enfatiza que o corpo frequentemente "grita" aquilo que a mente tenta silenciar. Em vez de focar em alimentos isolados como vilões, ela propõe a observação de padrões de comportamento e bem-estar.
O descanso adequado e a gestão do estresse são vistos como pilares para a saúde intestinal, permitindo que o corpo se regenere e funcione em harmonia. Essa compreensão holística, que integra corpo, mente e emoções, é a base para um bem-estar digestivo duradouro, um caminho que Borrego propõe explorar através de seu método de 28 dias.