O Sindicato dos Atores, SAG-AFTRA, formalizou sua adaptação ao dinâmico cenário midiático com o lançamento do Acordo de Verticais em outubro de 2025. Este novo instrumento normativo foi especificamente elaborado para o setor de microdramas, um segmento narrativo em franca expansão, que consiste em episódios serializados com duração inferior a cinco minutos, otimizados para visualização em dispositivos móveis, como TikTok e YouTube Shorts. A iniciativa representa o reconhecimento formal de Hollywood sobre o potencial de mercado dos microdramas, um formato que se projeta para movimentar bilhões de dólares até o final desta década.
Grandes conglomerados de entretenimento, incluindo a Fox Entertainment, já direcionam investimentos consideráveis para empresas especializadas neste tipo de conteúdo vertical. O Presidente do Sindicato, Sean Astin, eleito em setembro de 2025, destacou o empenho em apoiar os artistas que atuam neste novo ecossistema digital. Astin afirmou que o sindicato está "encontrando o momento" ao oferecer um contrato que se alinha às realidades operacionais dessas produções. O Acordo de Verticais aplica-se a produções com orçamentos limitados, abaixo de US$ 300.000, visando equilibrar a agilidade e os custos reduzidos da criação de conteúdo vertical com a manutenção de salvaguardas robustas para os membros do SAG-AFTRA.
Duncan Crabtree-Ireland, Diretor Executivo Nacional e Chefe de Negociação, enfatizou que o novo pacto transcende uma simples adaptação de formato. Ele vê o acordo como uma abertura para que novas narrativas alcancem públicos inéditos diariamente, aproveitando a celeridade dos cronogramas de gravação. Apesar de as produções verticais oferecerem um caminho promissor para talentos em ascensão, persistem preocupações sobre a qualidade da produção e a potencial dependência de mão de obra não sindicalizada.
A formalização deste acordo é um marco na resposta da indústria à mudança fundamental nos hábitos de consumo do público. O mercado global de microdramas, que gerou US$ 1,4 bilhão em 2024, tem projeção de alcançar US$ 9,5 bilhões até 2030. Os Estados Unidos respondem por US$ 819 milhões em receitas de 2024, com previsão de alta para US$ 3,8 bilhões até o fim da década. A tendência é observada também por outros sindicatos, como a IATSE e o WGA, sinalizando que a transformação do consumo de mídia exige uma reavaliação abrangente das estruturas de trabalho existentes.
