Documentário Capixaba "Travessia" Celebra Tradições de Parto Indígenas e Alcança Reconhecimento Internacional

O documentário "Travessia", da cineasta capixaba Karol Felicio, tem recebido aclamação nacional e internacional por sua abordagem sensível às tradições de parto das mulheres indígenas da Aldeia Piraquê-Açu, em Aracruz.

O filme, que explora a ancestralidade e a força feminina, foi selecionado para mais de 30 festivais e conquistou cinco prêmios, incluindo Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Som. A relevância cultural e artística de "Travessia" foi sublinhada por exibições em festivais de prestígio como o FAM Festival em Florianópolis e o FESTin – Festival de Cinema da Língua Portuguesa em Lisboa. Karol Felicio expressou sua alegria com o alcance global do projeto, afirmando: "É uma alegria imensa ver o nosso trabalho ganhar o mundo."

A força do documentário reside na escuta atenta e no respeito às narrativas das mulheres indígenas. Felicio, com oito anos de experiência em registrar partos humanizados, oferece uma perspectiva íntima sobre a importância da preservação do conhecimento ancestral. O filme aborda o dilema contemporâneo de muitas comunidades que optam pelo parto hospitalar em detrimento das práticas tradicionais, levantando questões sobre a manutenção da sabedoria herdada e sua acomodação em ambientes clínicos modernos.

Produzido com patrocínio da Imetame e da ES Gás, através da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC) da Secretaria da Cultura (Secult), "Travessia" destaca o valor do patrimônio cultural com investimento e reconhecimento. Ao dar visibilidade a essas práticas, o documentário inspira uma reflexão sobre a diversidade de saberes que moldam a experiência humana, convidando o público a contemplar a resiliência e a beleza intrínseca das tradições culturais.

A aclamação internacional de "Travessia" transcende o reconhecimento cinematográfico, representando um convite à valorização de todas as formas de sabedoria que nutrem a vida e a continuidade das culturas. Karol Felicio, ao compartilhar essas narrativas poderosas, contribui para um diálogo global sobre a importância de honrar e preservar as práticas que conectam gerações, fortalecendo a diversidade humana.