A Árvore do Conhecimento: Eugène Green Explora a Cultura Portuguesa no Fantastic Fest e Doclisboa

Editado por: Anulyazolotko Anulyazolotko

A mais recente obra cinematográfica de Eugène Green, "A Árvore do Conhecimento", teve a sua estreia mundial no Fantastic Fest, no Texas, e posteriormente foi apresentada no Doclisboa. Este filme, uma coprodução franco-portuguesa, mergulha na cultura portuguesa através de uma narrativa fantástica que tece uma crítica ao turismo de massa e explora temas culturais de relevo.

Rui Pedro Silva, que interpreta Gaspar, um adolescente envolvido com a figura de Ogre (Diogo Dória), expressou entusiasmo pela projeção internacional da língua portuguesa e otimismo quanto ao futuro do cinema em Portugal. A trama acompanha Gaspar, manipulado por Ogre para atrair e metamorfosear turistas em animais para o seu comércio ilícito, abordando o amor, o cuidado e os perigos das generalizações. A abordagem cinematográfica teatral, com os atores a dirigirem-se diretamente para a câmara, funde elementos absurdos e cómicos. Uma cena com a Rainha D. Maria I funciona como metáfora para os "fantasmas" históricos de Portugal.

A crítica ao turismo de massa é central, contrastando o "turista", que transforma locais em cenários para selfies, com o "viajante", que se encanta genuinamente com a diferença. O filme teve a sua exibição no Fantastic Fest, que decorreu de 18 a 25 de setembro de 2025, e encerrou a 23ª edição do Doclisboa em outubro de 2025, com sessões entre os dias 16 e 26 desse mês.

Esta visibilidade internacional realça o alcance global crescente do cinema português e a sua capacidade de abordar questões universais com uma ótica distintamente local. O cinema português tem consolidado o seu reconhecimento internacional, exemplificado pela atribuição do prémio de Melhor Realizador a Miguel Gomes em Cannes 2024 pelo seu filme "Grand Tour", e pela participação de produções nacionais em festivais de renome, atestando a vitalidade da indústria cinematográfica.

A teatralidade peculiar de Eugène Green, com atores a dirigirem-se diretamente para a câmara, evoca o teatro barroco, campo de especialização do realizador. Esta formalidade, aliada a um humor subtil e à exploração de temas filosóficos, culmina numa experiência cinematográfica singular que convida à reflexão sobre identidade e cultura. A obra de Green, que aborda conceitos como o livre arbítrio e o despertar espiritual, reflete uma visão artística que aspira a transcender narrativas convencionais, encontrando eco na crescente apreciação global pelo cinema português.

O filme "A Árvore do Conhecimento" teve a sua estreia mundial no Fantastic Fest 2025, realizado de 18 a 25 de setembro em Austin, Texas. Posteriormente, o filme foi selecionado para encerrar a 23ª edição do Doclisboa, que ocorreu de 16 a 26 de outubro de 2025.

Fontes

  • Observador

  • Doclisboa 2025 abre com Kamal Aljafari e encerra com Eugène Green

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