A Swatch, renomada fabricante suíça de relógios, emitiu um pedido público de desculpas e removeu anúncios que apresentavam um modelo asiático realizando um gesto de "olhos puxados", após uma forte reação negativa na China. A publicidade foi criticada online por evocar estereótipos racistas associados às feições asiáticas. Em resposta à controvérsia, a Swatch publicou um pedido de desculpas em chinês e inglês em suas contas oficiais do Weibo e Instagram, expressando pesar por qualquer ofensa ou mal-entendido causado. A empresa enfatizou que retirou todo o material relacionado globalmente.
A repercussão ocorre em um momento delicado para a Swatch, que viu uma queda de 30% na receita no ano anterior, com a China sendo seu mercado mais crucial, respondendo por 27% das vendas globais. Este incidente se assemelha a outras polêmicas envolvendo marcas de luxo ocidentais na China, como a Dior em abril de 2023 e a Dolce & Gabbana em 2018, que também enfrentaram acusações de insensibilidade cultural e racismo, resultando em boicotes e perdas significativas de receita. A percepção de que tais representações perpetuam estereótipos ofensivos é um ponto sensível para os consumidores chineses, especialmente em um contexto de crescente nacionalismo online e um mercado de luxo em reconfiguração. A Swatch, cujas marcas incluem Omega, Longines e Tissot, é significativamente dependente do mercado chinês. A controvérsia surge em meio a uma desaceleração mais ampla nas vendas da empresa, que relatou um declínio na receita, em grande parte devido à fraca demanda do consumidor na China, Hong Kong e Macau. Dados recentes indicam que a participação da região China, Hong Kong e Macau nas vendas totais do grupo caiu de 33% para 24% em 18 meses, com uma queda de 7,1% nas vendas atribuída exclusivamente a essa área no primeiro semestre. Apesar dos desafios, a empresa mantém empregos e produção na Suíça e observou um crescimento de vendas de dois dígitos em regiões como América do Norte, Índia e Oriente Médio. A empresa espera uma recuperação nos pedidos na China no segundo semestre do ano, indicando os primeiros sinais de melhorias no comércio eletrônico e na redução de estoques nos varejistas. A gestão da Swatch tem buscado otimizar custos e limitar canais de mercado cinza para suas marcas de luxo, ao mesmo tempo em que investe em automação para aumentar a lucratividade. A empresa mantém uma posição financeira sólida, com mais de 1 bilhão de francos suíços em caixa líquido e dívida mínima, o que a posiciona bem para enfrentar uma potencial desaceleração econômica.