Semana de Moda de Copenhague sob escrutínio por alegações de greenwashing

Editado por: Екатерина С.

A Semana de Moda de Copenhague (CPHFW), anteriormente celebrada como um bastião da sustentabilidade na indústria da moda, está a ser alvo de um escrutínio considerável devido a alegações de greenwashing. Uma queixa formal, apresentada por um especialista em greenwashing e uma organização de consumidores dinamarquesa, alega que os Requisitos de Sustentabilidade da CPHFW são insuficientemente rigorosos e potencialmente enganosos para os consumidores, levantando dúvidas sobre a autenticidade das suas credenciais ecológicas.

A CPHFW introduziu os seus Requisitos de Sustentabilidade em 2020, estabelecendo um quadro com 19 padrões mínimos para as marcas participantes, abrangendo áreas como materiais, condições de trabalho e produção. Estes requisitos tornaram-se obrigatórios para a inclusão no calendário oficial de desfiles a partir de janeiro de 2023. No entanto, a queixa destaca preocupações sobre a aplicação e o impacto destes padrões, com alegações de que muitas marcas continuam a fazer declarações vagas ou enganosas sobre sustentabilidade sem provas concretas. Por exemplo, algumas marcas foram acusadas de usar termos como "eco-friendly" e "verde" para descrever tecidos sintéticos, ou de fazer afirmações sobre a redução de emissões de CO2 com algodão orgânico sem uma substanciação adequada.

Em resposta às alegações, a diretora da CPHFW, Cecilie Thorsmark, afirmou que a organização não reconhece as acusações de greenwashing, argumentando que os requisitos de sustentabilidade são apenas um quadro orientador para as marcas e não uma garantia de práticas sustentáveis perfeitas. No entanto, os denunciantes mantêm que a organização não foi isenta de alegações de greenwashing e que informações enganosas estão a ser divulgadas sobre o resultado do caso.

O Provedor do Consumidor Dinamarquês, após rever a queixa, decidiu não iniciar um processo legal contra a CPHFW e as sete empresas de moda envolvidas, embora tenha aconselhado a CPHFW a prestar mais atenção às práticas de greenwashing sob a Lei de Práticas de Marketing Dinamarquesa. Esta situação sublinha a crescente vigilância dos órgãos reguladores e dos consumidores em relação às alegações de sustentabilidade na indústria da moda. O greenwashing, a prática de fazer alegações ambientais enganosas, mina a confiança do consumidor e pode prejudicar a eficácia das regulamentações ambientais. Quando os consumidores descobrem que as alegações de sustentabilidade de uma marca são enganosas, isso leva ao ceticismo em relação a todas as reivindicações de sustentabilidade, dificultando o progresso de marcas genuinamente sustentáveis.

A crescente conscientização dos consumidores e a pressão regulatória indicam que a transparência e a responsabilidade serão fundamentais para manter a credibilidade na indústria da moda. As alegações de Copenhague refletem uma tendência global de maior escrutínio regulatório sobre as reivindicações de sustentabilidade na moda. Órgãos reguladores em todo o mundo estão a introduzir diretivas mais rigorosas para combater o greenwashing, exigindo que as marcas sejam precisas, substanciadas e transparentes nas suas comunicações de sustentabilidade. A abordagem da CPHFW, embora pioneira, agora está sob o microscópio, destacando a necessidade de adaptação contínua às expectativas regulatórias e de mercado em evolução para garantir a integridade e a confiança na moda sustentável.

Fontes

  • FashionUnited

  • Sustainability Requirements - Copenhagen Fashion Week

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