O FBI realizou uma busca autorizada judicialmente na residência de John Bolton, ex-Conselheiro de Segurança Nacional, na madrugada de 22 de agosto de 2025. A operação faz parte de uma investigação de segurança nacional focada no manuseio de informações classificadas.
O Diretor do FBI, Kash Patel, confirmou a ação, declarando que "Ninguém está acima da lei". Bolton, que se tornou um crítico vocal do ex-Presidente Donald Trump após sua demissão, não foi detido nem indiciado em conexão com a busca. A investigação está ligada a escrutínios anteriores sobre seu livro de memórias de 2020, "The Room Where It Happened", que a administração Trump tentou impedir a publicação citando preocupações com informações classificadas. O Departamento de Justiça encerrou o caso relacionado ao livro em 2021.
Fontes indicam que a investigação em curso pode abranger alegações mais antigas de vazamento de materiais sensíveis por Bolton, estendendo-se para além da questão do seu livro. A busca na residência e escritório de Bolton em Maryland e Washington D.C. foi realizada sob "atividade autorizada pelo tribunal", segundo o FBI, que assegurou que não há ameaça à segurança pública.
A natureza sistemática dessas investigações tem levantado preocupações sobre a potencial "retaliação" contra críticos do governo. Bolton é a quinta figura proeminente a ser investigada em um período de sete meses, todos listados em uma publicação de Kash Patel. O livro de Bolton, publicado em junho de 2020, ofereceu um retrato crítico de Trump, descrevendo-o como um líder "errático" e "surpreendentemente desinformado".
A tentativa da administração Trump de bloquear a publicação resultou em um processo judicial em junho de 2020, no qual um juiz federal observou que Bolton "provavelmente comprometeu os interesses de segurança nacional ao divulgar informações classificadas em violação de seu acordo de confidencialidade". Apesar disso, o Departamento de Justiça encerrou a investigação criminal e o processo judicial em 2021.
O próprio ex-Presidente Trump comentou sobre a busca, afirmando que soube dela pela televisão e que, embora não seja fã de Bolton, espera que a investigação revele a verdade sobre suas ações. A situação de Bolton reflete um padrão de investigações que atingiram outros críticos de Trump, como James Comey e John Brennan, levantando questões sobre a imparcialidade das ações governamentais.