Cientistas da Universidade de Chicago Criam Sensor Quântico a Partir de Proteína Biológica

Editado por: Irena I

Uma pesquisa inovadora realizada em 2025 pela Universidade de Chicago superou a tradicional barreira entre a mecânica quântica e a biologia, transformando uma proteína biológica em um sensor quântico funcional. Tradicionalmente, os sistemas quânticos necessitam de condições extremas, como temperaturas próximas do zero absoluto e vácuo, para manter suas propriedades delicadas. Em contrapartida, a vida celular opera em ambientes quentes, caóticos e úmidos, aparentemente hostis a fenômenos quânticos.

Essa aparente incompatibilidade limitava a observação direta de processos biológicos sutis em nível quântico. Contudo, os pesquisadores da Universidade de Chicago desenvolveram uma abordagem "de dentro para fora", ativando as propriedades quânticas naturais de uma molécula já presente em um sistema biológico. Essa metodologia sugere uma compreensão mais profunda da natureza, levantando a hipótese de que a própria natureza utiliza a mecânica quântica em suas funções biológicas há muito tempo.

A conversão de uma proteína em um qubit, a unidade fundamental da informação quântica, indica que sua estrutura é intrinsecamente adaptada para sustentar estados quânticos. Isso abre a possibilidade de que processos como a atividade enzimática ou o enovelamento de proteínas, atualmente explicados pela química clássica, possuam uma camada quântica oculta.

As vantagens desta nova tecnologia são significativas. Diferentemente de sensores quânticos artificiais, como defeitos em redes de diamante, os "qubits proteicos" podem ser produzidos diretamente pelas células. A introdução de um gene específico permite que a maquinaria celular produza esses sensores altamente sensíveis em massa. Essa capacidade possibilita o posicionamento preciso dentro de sistemas vivos, funcionando como pontos de partida para a criação de redes de detecção.

Potencialmente, redes quânticas auto-organizadas poderiam ser criadas dentro de organismos vivos para monitorar tecidos ou órgãos inteiros internamente. Além disso, esses sensores biológicos prometem detectar sinais milhares de vezes mais fortes do que as tecnologias atuais, oferecendo uma sensibilidade sem precedentes para a observação de processos biológicos.

A aplicação mais revolucionária reside na visão de "ressonância magnética em nanoescala", permitindo o rastreamento da estrutura atômica de maquinarias celulares, como o enovelamento de proteínas, em tempo real, enquanto a célula está viva e funcionando. Anteriormente, tais observações exigiam a fixação de células, resultando em imagens estáticas. Com esta nova tecnologia, seria possível detectar os primeiros sinais moleculares de doenças, como a primeira proteína mal enovelada que, anos depois, poderia levar a um tumor.

Embora a precisão desses sensores proteicos ainda não iguale a dos melhores sensores de diamante, sua capacidade de operar diretamente em sistemas vivos representa uma promessa "muito mais radical", segundo os cientistas. Esta descoberta pode redefinir o diagnóstico médico, permitindo a detecção da probabilidade de ocorrência de uma doença em nível molecular, possibilitando intervenções antes mesmo do surgimento dos sintomas. A medicina poderia, assim, transitar do tratamento para a correção molecular preventiva, inaugurando uma nova era na saúde.

Fontes

  • nextech.sk

  • Scientists program cells to create biological qubit in multidisciplinary breakthrough

  • Scientists program cells to create biological qubit in multidisciplinary breakthrough

  • University of Chicago researchers use biological protein to create quantum sensor

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