A autenticidade do Sudário de Turim, um dos artefatos mais debatidos da história, continua a ser um ponto focal de investigação científica e especulação popular.
Em 1988, testes de datação por radiocarbono, realizados em três laboratórios independentes de renome – a Universidade de Oxford, a Universidade do Arizona e o Instituto Politécnico de Zurique –, estabeleceram um intervalo de tempo para o tecido entre 1260 e 1390 d.C.. Estes resultados, coordenados pelo Dr. Michael Tite do Museu Britânico, foram anunciados em outubro de 1988, após a coleta de amostras em abril do mesmo ano. Mais recentemente, em 2025, uma nova onda de estudos buscou reexaminar a datação do Sudário de Turim, empregando tecnologias avançadas e métodos analíticos mais precisos. As conclusões desses estudos mais recentes corroboraram as descobertas anteriores, indicando uma idade média de aproximadamente 1300 anos para o Sudário. No entanto, a comunidade científica ainda discute metodologias e a possibilidade de contaminação das amostras originais.
Controvérsias em torno da datação inicial surgiram logo após a sua divulgação. Alguns proponentes da autenticidade do Sudário levantaram a hipótese de que as amostras testadas poderiam ter sido contaminadas ou retiradas de uma área de reparo medieval. Apesar dessas contestações, a maioria dos especialistas em datação por radiocarbono não considera os resultados de 1988 substancialmente não confiáveis. Em 2019, um editor da revista Nature, onde o estudo de datação foi publicado, afirmou que, embora os resultados de 1988 não fossem definitivos, nada publicado até então oferecia razões convincentes para descartá-los.
Paralelamente, pesquisas mais recentes, como as conduzidas por cientistas italianos utilizando tecnologia de raios-X, sugeriram que o Sudário poderia datar do primeiro século d.C., alinhando-se com a época de Jesus Cristo. Estes estudos analisaram a degradação estrutural das fibras de linho, comparando-as com amostras de linho de datação conhecida. Os resultados dessas análises foram considerados compatíveis com a hipótese de uma relíquia de 2.000 anos. No entanto, para que essa datação seja conclusiva, seria necessária a confirmação de que o artefato foi mantido em condições ambientais específicas por um longo período.
O Sudário de Turim, que se acredita ter sido o pano de mortalha de Jesus Cristo, tem uma história documentada que remonta a 1354, quando começou a ser exibido em Lirey, França. Foi denunciado como uma falsificação pelo bispo de Troyes, Pierre d'Arcis, em 1389. O artefato foi adquirido pela Casa de Saboia em 1453 e, posteriormente, transferido para Turim em 1578, onde permanece até hoje. A imagem tênue de um homem barbudo com os braços cruzados, juntamente com manchas que correspondem às descrições bíblicas de sofrimento, continua a intrigar pesquisadores e fiéis, mantendo viva a discussão sobre sua origem e autenticidade.