Físicos Hispano-Alemães Propõem Modelo de Dimensão Deformada para Unificar Matéria Escura e Férmions
Editado por: Vera Mo
Cientistas da Espanha e da Alemanha apresentaram uma proposta teórica significativa, publicando no The European Physical Journal C um modelo que estabelece uma conexão conceitual entre a matéria escura e uma quinta dimensão espacial. Esta formulação refina a ideia da "dimensão extra deformada" (WED), originalmente introduzida em 1999, visando oferecer uma solução para dois dos maiores desafios da física contemporânea.
O cerne da investigação foca na reformulação matemática dos férmions, as partículas fundamentais que compõem a matéria ordinária. A hipótese central sugere que a massa de determinados férmions é transferida para um espaço adicional, um setor hipotético que se manifesta como matéria escura, sem violar os preceitos do Modelo Padrão estabelecido. A matéria escura, cuja influência gravitacional é essencial para a coesão das estruturas cósmicas, constitui aproximadamente setenta e cinco por cento da matéria total do universo, e sua existência exige uma expansão do Modelo Padrão, que atualmente não oferece um candidato viável para ela.
Adicionalmente, o modelo WED revisado pode fornecer uma resposta ao problema da hierarquia, que questiona a discrepância entre a massa do bóson de Higgs e as previsões teóricas mais amplas. A persistência na exploração do conceito WED, que data de 1999, sinaliza uma linha de pesquisa teórica contínua na busca por uma descrição mais completa da realidade física. Enquanto o Modelo Padrão demonstra grande sucesso, ele deixa lacunas conceituais importantes, como a natureza da gravidade e a composição da matéria escura.
A teoria da quinta dimensão, especulada historicamente desde os trabalhos de Theodor Kaluza e Oskar Klein na década de 1920 para unificar gravidade e eletromagnetismo, encontra um novo propósito nesta formulação. Outras abordagens com dimensões extras, como o modelo ADD, também foram propostas para lidar com o problema da hierarquia, indicando um campo de pesquisa ativo. A validação empírica, contudo, permanece como o limiar crítico para confirmar esta nova estrutura teórica.
Os proponentes do modelo indicam que os detectores de ondas gravitacionais representam a via mais promissora para testar as previsões de interações dimensionais. A detecção direta de ondas gravitacionais, um feito alcançado pela colaboração LIGO em setembro de 2015, confirmando uma previsão de Albert Einstein de 1916, inaugurou um novo campo de astronomia gravitacional que pode ser instrumental para observar fenômenos previstos por teorias dimensionais. A sensibilidade desses instrumentos, capazes de medir ondulações minúsculas no espaço-tempo causadas por eventos cataclísmicos como a fusão de buracos negros, pode ser utilizada para buscar assinaturas indiretas de um setor escuro ligado a dimensões adicionais. O trabalho dos pesquisadores insere-se, assim, em um contexto de intensa busca por evidências experimentais que possam confirmar a existência de um universo mais complexo do que o percebido pelas nossas quatro dimensões conhecidas.
Fontes
MARCA
La Razón
El Cronista
Popular Mechanics
Debate
Colombia.com
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