Uma equipa internacional de astrónomos, liderada por Elena Shablovinskaia do Instituto de Estudos Astrofísicos da Universidade Diego Portales, no Chile, identificou um objeto cósmico extraordinário na galáxia ativa NGC 4945, a aproximadamente 11 milhões de anos-luz de distância. Denominado 'Punctum', este corpo celeste, detetado através do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), está a desafiar as compreensões atuais sobre fenómenos astrofísicos.
Punctum distingue-se pela sua luminosidade excecional, sendo entre 10.000 a 100.000 vezes mais brilhante que um magnetar típico e cerca de 100 vezes mais luminoso que os microquasares. A sua intensidade é comparável apenas à Nebulosa do Caranguejo entre as fontes estelares da nossa galáxia. Uma característica intrigante é a sua visibilidade exclusiva em comprimentos de onda de rádio milimétricos, permanecendo invisível em luz visível ou raios-X. Esta particularidade sugere a presença de um campo magnético altamente estruturado, indicando que a radiação emitida é provavelmente radiação síncrotron. Embora as hipóteses de um magnetar ou de um remanescente de supernova tenham sido consideradas, nenhuma explica totalmente as características observadas de Punctum. A estabilidade de Punctum ao longo de observações entre 2019 e 2023, com níveis de brilho consistentes, descarta eventos transitórios. Para aprofundar a compreensão sobre a natureza de Punctum, os astrónomos planeiam observações adicionais com o ALMA e o Telescópio Espacial James Webb (JWST). A descoberta de Punctum realça a vasta complexidade e diversidade de objetos cósmicos, sublinhando a importância da investigação contínua para desvendar os segredos do universo. A galáxia NGC 4945, onde Punctum foi descoberto, é uma galáxia espiral barrada semelhante à Via Láctea, localizada na constelação de Centauro.