A temporada de furacões do Atlântico de 2025 apresenta um cenário complexo, moldado fundamentalmente pelas dinâmicas da Oscilação El Niño-Southern Oscillation (ENSO). A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) projeta uma atividade acima da média, com 60% de probabilidade para tal cenário, enquanto 30% indicam um período próximo do normal e apenas 10% sugerem uma temporada abaixo do esperado. Esta previsão, que abrange o período oficial de 1º de junho a 30 de novembro, exige atenção redobrada das comunidades costeiras.
As condições do ENSO são determinantes para a atividade ciclônica. Historicamente, a fase El Niño impõe um cisalhamento do vento mais forte no Atlântico, o que tende a desorganizar tempestades tropicais e pode desviar trajetórias de ciclones da Flórida. Em contraste, as fases La Niña ou neutras, como as observadas no início da temporada, resultam em menor cisalhamento, criando um ambiente mais favorável para a gênese e o rápido fortalecimento dos sistemas de baixa pressão. As temperaturas da superfície do mar (TSM) persistentemente elevadas no Atlântico e uma Monção da África Ocidental ativa são os catalisadores primários para esta previsão de atividade elevada.
As estimativas numéricas da NOAA apontam para a formação de 13 a 19 tempestades nomeadas, um intervalo que se alinha com projeções de outras entidades, como a AccuWeather. Dentro deste espectro, espera-se que 6 a 10 tempestades evoluam para furacões, com uma probabilidade de 3 a 5 atingirem o status de grande furacão (categorias 3, 4 ou 5). Para contextualizar, uma temporada típica, baseada na média de 1991 a 2020, registra cerca de 14 tempestades nomeadas, sete furacões e três grandes furacões.
O diretor do Serviço Nacional de Meteorologia, Ken Graham, enfatizou que as TSM mais altas são o fator preponderante para a atividade esperada. Paralelamente aos modelos de previsão, a NOAA, por meio do Laboratório Oceanográfico e Meteorológico do Atlântico (AOML), está aprimorando a compreensão da intensificação rápida — definida como um aumento de 30 nós em 24 horas. Isso é feito com a implantação de novos sistemas, como drones aéreos e planadores subaquáticos, visando melhorias de 5% a 7% nas previsões com o modelo HAFS atualizado. A vigilância constante e a manutenção rigorosa dos protocolos de prontidão são essenciais, especialmente com o pico da temporada ocorrendo usualmente entre meados de agosto e meados de outubro.