Espanha enfrenta uma severa onda de calor, com temperaturas a disparar em todo o país. A região da Extremadura emitiu alertas de alta temperatura, prevendo picos de 41°C nas Vegas del Guadiana e 40°C noutras áreas, com estes alertas a vigorarem durante as horas mais quentes do dia, das 13:00 às 21:00. O calor extremo agravou uma situação crítica de incêndios florestais, com mais de 157.501 hectares já consumidos pelas chamas este ano, e pelo menos três fatalidades reportadas. Incêndios significativos estão a assolar Zamora, Galiza e Cáceres, com o fogo em Molezuelas de la Carballeda a consumir sozinho mais de 31.500 hectares. Este ano, a área ardida em Espanha já ultrapassa o total de 2024, quando cerca de 60.000 hectares foram afetados.
As autoridades apelam ao público para evitar a exposição solar durante as horas de pico, manter-se hidratado e reduzir a atividade física. A onda de calor deverá persistir até segunda-feira, 18 de agosto, altura em que se prevê uma tendência de arrefecimento vinda do Atlântico. Cientistas associam o aumento da frequência e intensidade das ondas de calor e da seca na Europa às alterações climáticas, tornando a região mais vulnerável a impactos na saúde e a incêndios florestais. A queima de combustíveis fósseis liberta gases de efeito de estufa, o principal motor das alterações climáticas. A Europa tem aquecido duas vezes mais rápido que a média global desde os anos 80. Em 2022, Espanha registou o seu pior ano de incêndios florestais, com mais de 306.000 hectares perdidos até meados de agosto. Em resposta à crise, Espanha solicitou assistência à União Europeia, ativando o mecanismo de proteção civil do bloco. França enviou dois aviões bombardeiro de água para auxiliar nos esforços de combate às chamas na região noroeste, onde uma dúzia de incêndios ainda lavravam. A linha ferroviária entre Madrid e a região noroeste da Galiza permanece encerrada, assim como cerca de 10 estradas principais no país. O Primeiro-Ministro espanhol, Pedro Sánchez, alertou que sexta-feira seria novamente "muito difícil, com um risco extremo de novos incêndios", agradecendo aos que estão na linha da frente a lutar para proteger o país.