Massa de Ar Fria do Norte Causa Nevadas Inesperadas na Europa Oriental

Uma injeção persistente de ar frio, originária das latitudes setentrionais, está a redefinir os padrões meteorológicos na Europa Oriental, confirmando as projeções de um final de novembro com temperaturas abaixo da média sazonal. Este influxo de ar polar contrasta com o cenário global, onde o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia registou um dos novembrilhos mais quentes de sempre em termos globais, com anomalias bem acima da média em muitas outras regiões do planeta.

As regiões orientais do continente, com destaque para a Morávia e a Silésia, na República Checa, estão a ser diretamente impactadas por precipitação intensa, um fenômeno diretamente ligado à passagem de uma fronteira frontal associada a um sistema de baixa pressão estabelecido sobre o sudeste europeu. A República Checa, onde a Morávia-Silésia se localiza, tipicamente apresenta um clima continental úmido com invernos frios, mas a atual incursão de ar frio está a provocar a queda de neve mesmo em altitudes mais baixas, um evento notável para o período que antecede o início meteorológico do inverno em dezembro.

As autoridades meteorológicas emitiram alertas específicos para áreas situadas acima dos 500 metros de elevação, prevendo a acumulação de neve devido à intensificação dos ventos associados ao sistema de baixa pressão. A intensidade do ar frio que circula pela Europa é sublinhada por alertas semelhantes emitidos pela Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) em Espanha, que previu nevões em cotas baixas, com a linha de neve a situar-se entre 300 e 400 metros na Península Ibérica.

Este episódio de frio, embora de curta duração e climatologicamente invulgar para o final de novembro, representa uma anomalia de 3 a 5ºC abaixo da média em algumas zonas, mas não cumpre os critérios rigorosos para ser classificado como uma 'vaga de frio polar' de seis ou mais dias com temperaturas 5ºC abaixo da média, como observado em Portugal. A mudança brusca de tempo, com a possibilidade de temperaturas negativas em noites frias, afeta a rotina local, um contraste com o calor anómalo sentido noutras partes do globo.

O Leste Europeu, que inclui nações como a República Checa, Hungria, Eslováquia e Polônia, geralmente experimenta invernos rigorosos com temperaturas negativas e neve entre dezembro e março. A influência desta massa de ar frio do norte exige atenção redobrada nas regiões montanhosas e nas áreas de menor altitude que agora registam neve, como a Morávia-Silésia. A previsão indica que, apesar da incerteza para dezembro, o final de novembro é marcado por este padrão invernal precoce e concentrado, impulsionado pela circulação atmosférica anómala.