Enxame Sísmico nos Campi Flegrei: Sinais de Atividade Subterrânea

Editado por: Tetiana Martynovska 17

Uma série de tremores abalou a região dos Campi Flegrei em 2 de outubro de 2025, com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) registrando pelo menos 20 abalos preliminares. O evento sísmico mais forte, de magnitude 2.7, ocorreu às 19:57, a uma profundidade rasa de 3 km, característica comum da atividade sísmica associada ao fenômeno do bradissismo. Os tremores foram sentidos com intensidade em Pozzuoli e em bairros do oeste de Nápoles, como Pianura e Bagnoli.

Moradores de Pozzuoli relataram ter ouvido um forte estrondo durante um tremor de magnitude 1.6 às 16:41, um acontecimento recorrente em áreas vulcânicas ativas e ligado a eventos sísmicos superficiais. Essa atividade sísmica está em consonância com o fenômeno do bradissismo nos Campi Flegrei, caracterizado pela elevação do solo devido a alterações na pressão subterrânea. A área tem observado uma elevação do terreno a uma taxa média de aproximadamente 10 milímetros por mês, uma tendência que se mantém desde o início de abril.

Crises bradissísmicas anteriores, como as de 1969-1972 e 1982-1984, também causaram deformação significativa do solo e danos. Historicamente, Campi Flegrei experimentou intensos enxames sísmicos precedendo erupções, como a que antecedeu a erupção do Monte Nuovo em 1538. A crise de 1982-1984, por exemplo, envolveu centenas de terremotos sentidos e até 3 metros de elevação do solo, levando a danos extensos em Pozzuoli e à evacuação de 40.000 pessoas.

O bradissismo, um fenômeno geológico complexo, representa a lenta elevação ou subsidência do solo em áreas vulcânicas, impulsionado por variações na pressão de fluidos magmáticos ou hidrotermais no subsolo. Nos Campi Flegrei, este processo tem sido monitorado de perto, com a atual fase de elevação indicando um acúmulo de energia que se manifesta através de tremores. Especialistas apontam que a frequência e a magnitude desses sismos, embora atualmente de baixa intensidade, são importantes indicadores do estado dinâmico do vulcão e da sua interação com o ambiente geológico circundante.

A compreensão desses sinais é fundamental para avaliar a evolução do sistema vulcânico e as potenciais implicações para as comunidades locais. A gestão deste cenário requer uma observação contínua e uma análise aprofundada dos dados sismológicos e geodésicos, permitindo uma resposta informada a qualquer alteração significativa no comportamento da caldeira. A resiliência da comunidade é fortalecida pelo conhecimento e pela preparação diante das manifestações naturais da Terra, entendendo-as como parte de um ciclo contínuo de transformação.

Pesquisas recentes, incluindo um estudo publicado na Science Advances em maio de 2025, sugerem que esses enxames sísmicos são cada vez mais impulsionados pelo acúmulo de pressão em um reservatório geotérmico, em vez de apenas pelo movimento de magma. Essa descoberta implica que o gerenciamento dos níveis de água subterrânea poderia potencialmente mitigar o risco de tal atividade sísmica. O enxame atual, embora preocupante, faz parte de um sistema geológico complexo que exige monitoramento e compreensão contínuos.

Fontes

  • Caffeina Magazine

  • Osservatorio Vesuviano - Sciame sismico ai Campi Flegrei 15-20 febbraio 2025: aggiornamento chiusura sciame

  • Bradisismo - Sciami sismici - Teremoto - Campi Flegrei

  • Campi Flegrei, la terra continua a tremare: sciame sismico e oltre 500 terremoti in tre giorni

  • Ingv: sciame sismico con almeno 35 scosse

  • Sciame sismico ai Campi Flegrei: cresce la tensione sul supervulcano

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