Machado de Meteorito de 3.000 Anos em Bornéu Revela Sofisticação Tecnológica Antiga

Editado por: Uliana S.

Uma descoberta arqueológica em Kalimantan, Bornéu, está a redefinir o conhecimento sobre as capacidades tecnológicas das antigas civilizações indonésias. Um machado cónico, forjado a partir de ferro meteorítico e datado de mais de três milénios atrás, foi desenterrado por um agricultor local. A peça, notável pelo seu design singular e pela raridade do seu material, capturou a atenção de especialistas, prometendo reescrever capítulos da história tecnológica regional.

Hartatik, membro da Equipe de Especialistas em Patrimônio Cultural da Regência de Banjar, enfatizou a profunda importância cultural e histórica do artefato, destacando a sua forma distintiva e composição incomum. O arqueólogo Ida Bagus Putu Prajna Yogi, com vasta experiência em sítios arqueológicos de Bornéu, descreveu o achado como excecional. "Em todos os meus anos dedicados ao estudo da arqueologia de Kalimantan, jamais me deparei com um machado cónico como este", afirmou, ressaltando a singularidade e o valor científico da peça.

As análises iniciais confirmaram que a composição do artefato é predominantemente de ferro meteorítico. Esta revelação lança nova luz sobre as práticas metalúrgicas antigas, desafiando a visão predominante de que as sociedades da época na região se limitavam ao uso de metais terrestres como cobre, bronze e pedra. A utilização de ferro de origem extraterrestre aponta para um nível de sofisticação metalúrgica significativamente mais avançado do que se supunha, sugerindo que os antigos habitantes de Bornéu possuíam um conhecimento técnico que ia além das convenções da Idade da Pedra.

A presença deste material em Bornéu reflete um padrão global de utilização de materiais celestes por civilizações antigas, como no Egito Antigo, Suíça e China, onde o ferro meteorítico foi a fonte primordial de ferro metálico antes do desenvolvimento da fundição de minérios terrestres. Era trabalhado para a criação de ferramentas, armas e objetos de significado cultural. A descoberta em Bornéu atesta um avanço tecnológico notável e sugere redes de comércio e intercâmbio cultural extensas.

As narrativas orais da tribo Dayak, povo indígena de Kalimantan, que mencionam objetos celestes, encontram um eco material nesta descoberta. O machado meteorítico serve como uma ponte tangível entre essas tradições ancestrais e a realidade arqueológica. Esta peça excepcional é um testemunho da capacidade humana de inovação e adaptação, demonstrando como os povos antigos exploravam os recursos disponíveis de maneiras surpreendentes. A descoberta abre novas avenidas de pesquisa, visando desvendar a complexidade das sociedades pré-históricas do Sudeste Asiático e desafia cronologias tecnológicas estabelecidas.

Fontes

  • Daily Mail Online

  • The Guardian

  • Science Daily

  • National Geographic

  • BBC News

  • Reuters

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