A Indonésia está intensificando seus esforços para salvaguardar suas extensas pradarias marinhas, ecossistemas subaquáticos de valor inestimável, especialmente em sua capacidade de mitigar as mudanças climáticas. A Indonésia possui aproximadamente 11,5% das pradarias marinhas do mundo. Estes ambientes subaquáticos são excepcionalmente eficientes na captura de dióxido de carbono, superando as florestas tropicais em até 35 vezes por unidade de área. Essa notável capacidade de sequestro de carbono, conhecida como carbono azul, posiciona as pradarias marinhas como um componente vital nas estratégias globais de sustentabilidade.
Em 2023, o governo indonésio deu um passo significativo ao designar 17 habitats de pradarias marinhas como áreas estratégicas nacionais. Esta iniciativa visa priorizar essas zonas para fins de soberania, proteção ambiental e reconhecimento como patrimônio global, abrangendo inúmeras ilhas em todo o arquipélago. A extensão total das pradarias marinhas na Indonésia é estimada entre 8.812,9 km² e 30.000 km², embora existam lacunas significativas nos dados de mapeamento. Estima-se que o país tenha perdido até 40% de suas pradarias marinhas, com perdas de até 60% na ilha de Java devido ao desenvolvimento costeiro e outros fatores.
O valor econômico dessas reservas de carbono azul é substancial. As avaliações de carbono podem atingir US$ 800.000 por quilômetro quadrado de leito de pradaria marinha por ano para habitats degradados. Regulamentações estão sendo desenvolvidas para integrar o carbono azul no mercado de carbono, juntamente com estratégias para aprimorar a saúde das pradarias marinhas. O valor monetário dos serviços ecossistêmicos em pradarias marinhas degradadas na Indonésia foi estimado em aproximadamente US$ 18.800 por hectare por ano. O mercado de carbono, embora em desenvolvimento, oferece um caminho para o financiamento de projetos de restauração e conservação, com preços globais de carbono azul variando entre US$ 8 e US$ 33 por tonelada de CO2e.
Apesar do progresso, persistem desafios, incluindo a necessidade de marcos legais robustos que impeçam a privatização e garantam a salvaguarda dos meios de subsistência locais. Especialistas defendem proteções legais sólidas e governança transparente para evitar a privatização e proteger as comunidades locais. A gestão das pradarias marinhas na Indonésia é complexa, enfrentando distúrbios antropogênicos de múltiplos setores, incluindo ecologia, socioeconomia, tecnologia e instituições. A perda desses ecossistemas afeta não apenas a biodiversidade e a produtividade pesqueira, mas também ecossistemas adjacentes como recifes de coral e manguezais.
Colaborações contínuas com partes interessadas estão fortalecendo a governança dos ecossistemas de carbono azul. Isso inclui defini-los como capital natural crítico e acelerar o desenvolvimento de planos de gestão e fiscalização. A Indonésia abriga 16 espécies de pradarias marinhas, e a conservação desses ecossistemas é crucial para atingir as metas de emissões líquidas zero do país até 2050 e promover a sustentabilidade ambiental. A restauração de pradarias marinhas é vista como um benefício para os ecossistemas e comunidades costeiras, especialmente diante de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. Globalmente, cerca de 7% das pradarias marinhas são perdidas anualmente, o que equivale à área de um campo de futebol a cada 30 minutos.