O Canadá deu um passo significativo em direção à restauração ambiental com o lançamento de uma iniciativa nacional de reflorestamento de grande escala, com o objetivo de revitalizar 2 milhões de hectares de florestas degradadas em um período de cinco anos. Este esforço ambicioso visa combater as crescentes consequências das mudanças climáticas, recuperar ecossistemas danificados por incêndios florestais cada vez mais intensos e aumentar a capacidade de sequestro de carbono do país.
A iniciativa também está focada na criação de empregos verdes e na inclusão ativa de comunidades indígenas, reconhecendo seu papel insubstituível na gestão sustentável da terra. As vastas florestas do Canadá enfrentam ameaças crescentes, incluindo incêndios florestais mais severos, impulsionados pelas mudanças climáticas, além de desmatamento excessivo e degradação de zonas úmidas. Em 2023, os incêndios florestais no Canadá foram particularmente devastadores, queimando aproximadamente 18,5 milhões de hectares de florestas, o que representa um aumento significativo em relação à média histórica e liberando cerca de 3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. As emissões de carbono desses incêndios em 2023 foram comparáveis às emissões anuais de combustível fóssil de uma grande nação industrializada, e o resultado de carbono dos incêndios florestais canadenses em 2023 seria classificado em quarto lugar globalmente, atrás dos EUA, China e Índia.
Este esforço de reflorestamento está alinhado com os compromissos internacionais do Canadá, incluindo a Agenda 2030 e o Acordo de Paris. O país se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40-45% abaixo dos níveis de 2005 até 2030 e a atingir emissões líquidas zero até 2050. O programa complementa o compromisso do Canadá de plantar dois bilhões de árvores até 2030, uma meta destinada a enfrentar as crises gêmeas de perda de biodiversidade e mudanças climáticas.
Os objetivos centrais deste programa abrangente incluem o plantio de espécies nativas adaptadas a cada ecossistema, o fortalecimento do sequestro de carbono para mitigar o aquecimento global e a restauração de corredores ecológicos essenciais para a vida selvagem. Este plano é considerado uma das maiores empreitadas ambientais da América do Norte.
Uma pedra angular desta iniciativa é a integração do conhecimento e da liderança indígena. Ao incorporar o conhecimento ancestral sobre os ecossistemas florestais, o projeto garante que as práticas de gestão e execução sejam informadas por uma compreensão profunda e de longo prazo da terra, promovendo a cogestão de territórios e a proteção da biodiversidade.
Ambientalistas saudaram o plano, ao mesmo tempo que enfatizaram a necessidade de políticas anti-desmatamento mais rigorosas para complementar os esforços de reflorestamento. Economistas verdes destacam o potencial de geração de empregos e o desenvolvimento de uma indústria de reflorestamento sustentável. Órgãos internacionais veem a iniciativa canadense como um modelo para a ação climática global.
No entanto, desafios persistem, como garantir a sobrevivência a longo prazo das árvores plantadas e mitigar o impacto de incêndios florestais recorrentes. O sucesso dependerá de um monitoramento transparente do progresso e da prevenção de pressões industriais que possam comprometer as metas de restauração. Se implementado com sucesso, o programa de reflorestamento do Canadá tem o potencial de posicionar o país como um líder global em restauração ecológica, oferecendo um exemplo de esperança para outras nações que enfrentam crises ambientais semelhantes.