Insetos Pré-históricos em Âmbar no Equador Revelam Detalhes do Período Cretáceo

Editado por: Tetiana Martynovska 17

Cientistas anunciaram em setembro de 2025 uma descoberta significativa no Equador: insetos pré-históricos preservados em âmbar, oferecendo uma rara visão da vida na Terra há aproximadamente 112 milhões de anos, durante o período Cretáceo Inferior. Estes espécimes, datados do estágio Albiano, foram encontrados na pedreira Genoveva, na província de Napo, na borda da bacia amazônica. Esta descoberta marca a primeira vez que pesquisadores identificam besouros, moscas, formigas e vespas antigas preservadas em resina de árvore fossilizada na América do Sul, um achado de imensa importância para a compreensão da biodiversidade do Hemisfério Sul naquela era.

Os depósitos de âmbar, com cerca de 112 milhões de anos, revelaram uma variedade de artrópodes terrestres incrivelmente bem preservados, incluindo múltiplos tipos de insetos e fragmentos de teias de aranha. A análise do âmbar e das rochas circundantes também desenterrou fósseis de plantas, como esporos, pólen e folhas, indicando a existência de um ecossistema de floresta úmida e resinosa na região. A composição dessas florestas antigas era distinta das atuais, com espécies de samambaias e coníferas, como a Araucária, que não são mais encontradas na Amazônia.

A descoberta é particularmente significativa, pois a maioria dos depósitos de âmbar conhecidos dos últimos 130 milhões de anos foram encontrados no Hemisfério Norte. Este achado equatoriano representa um dos maiores depósitos de âmbar do período Cretáceo já encontrados na América do Sul, rivalizando em volume com muitos depósitos do norte. O âmbar, resina de árvore fossilizada, atua como "pequenas janelas para o passado", permitindo aos cientistas estudar organismos que, de outra forma, raramente seriam preservados no registro fóssil.

Xavier Delclòs, da Universidade de Barcelona e autor principal do estudo, destacou que "encontrar um novo local desta importância no antigo continente de Gondwana fornece informações muito valiosas de uma região onde anteriormente tínhamos poucos dados sobre os organismos que ali viveram". Estes achados aprimoram a compreensão da fauna e flora de artrópodes de Gondwana que habitavam as florestas ao longo de sua margem ocidental durante um período de grande transformação do ecossistema. A preservação excepcional permite vislumbrar as interações evolutivas entre as plantas com flores e os insetos que coexistiram na era dos dinossauros, um período crucial para a diversificação da vida na Terra.

Esta descoberta no Equador não apenas enriquece o conhecimento sobre a biodiversidade do Hemisfério Sul durante o Cretáceo, mas também reforça a importância do âmbar como um recurso paleontológico inestimável para reconstruir ecossistemas tropicais antigos. Ao examinar esses fragmentos de tempo, ganhamos uma apreciação mais profunda da continuidade e da transformação da vida ao longo de éons, conectando-nos com um mundo que, embora distante, moldou o presente de maneiras profundas.

Fontes

  • Yahoo

  • CBS News

  • EurekAlert!

  • ScienceAlert

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