Um fóssil de um crocodilo de água salgada com 50 pés de comprimento foi descoberto na Austrália após uma tempestade.
Cascas de Ovos Fósseis Revelam Detalhes da Vida de Crocodilos Mekosuchinae de 55 Milhões de Anos na Austrália
Editado por: Tetiana Martynovska 17
Cientistas australianos anunciaram a descoberta dos vestígios fossilizados de cascas de ovos mais antigos do país, datados de aproximadamente 55 milhões de anos, um período que corresponde ao Eoceno, logo após a extinção dos dinossauros não-avianos. Estes achados notáveis pertencem ao clado extinto conhecido como Mekosuchinae, que se estabeleceu como o grupo dominante de crocodilianos na Australásia durante a maior parte do Cenozoico, surgindo no registo fóssil australiano durante o Eoceno. A investigação, que inclui a participação da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), concentrou-se em cascas de ovos fossilizadas recuperadas no sítio de Murgon, no sudeste de Queensland, uma área localizada a cerca de 270 quilómetros a noroeste de Brisbane.
Os pesquisadores descobriram as cascas de ovos de crocodilo mais antigas da Austrália.
O local de Murgon, escavado no quintal de um agricultor, é reconhecido como um depósito fóssil crucial, preservando vestígios de uma era em que o continente australiano mantinha ligação com a Antártida e a América do Sul. As cascas de ovo, formalmente designadas como Wakkaoolithus godthelpi em homenagem ao povo Waka Waka local, oferecem um vislumbre íntimo dos hábitos de vida e reprodução destes répteis. A análise da microestrutura destas cascas revelou características distintas das encontradas nos crocodilos contemporâneos, reforçando a singularidade desta linhagem extinta.
Os Mekosuchinae apresentavam uma notável diversidade morfológica, diferenciando-se significativamente dos crocodilos modernos de água doce ou salgada, que só chegaram à Austrália há cerca de 3,8 milhões de anos. Enquanto alguns membros deste grupo, como Baru e Paludirex, eram grandes predadores de emboscada semiaquáticos, outros exibiam adaptações mais terrestres, como o género Quinkana, caracterizado pelo seu crânio profundo e dentes serrilhados. Algumas espécies deste grupo eram apelidadas de “drop crocs”, sugerindo um comportamento que poderia envolver emboscadas a partir das margens ou mesmo um comportamento semi-arborícola, comparado ao dos leopardos modernos.
O ambiente circundante em Murgon, há 55 milhões de anos, era uma floresta densa que também abrigava as aves canoras mais antigas conhecidas e pequenos mamíferos que migraram da América do Sul, indicando ricas conexões paleobiogeográficas. No entanto, a mudança ambiental subsequente, incluindo o ressecamento dos rios e a diminuição das populações de grandes presas, levou estas populações de crocodilos a um declínio. A evidência das cascas de ovo sugere que estes répteis depositavam os seus ovos nas margens dos rios, uma adaptação reprodutiva ao ambiente em mutação.
A investigação sistemática de ovos fósseis, frequentemente preterida em favor de ossos e dentes, está a alterar a perceção sobre a história evolutiva destes répteis no continente. Os cientistas planeiam prosseguir as escavações na região para desvendar mais sobre este período do Paleoceno australiano. A descoberta sublinha a importância dos registos fósseis como pistas cruciais para a compreensão do passado ecológico da Austrália, um legado que, como exemplificado pelo estudo do Burramys, pode informar estratégias de conservação futuras.
Fontes
Рамблер
Газета.Ру
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