Pinguim-de-Humboldt: Chile Formaliza Plano de 20 Anos Após Reclassificação para 'Em Perigo'

Editado por: Olga Samsonova

A trajetória do Pinguim-de-Humboldt (Spheniscus humboldti), ave emblemática das costas do Pacífico Sul, no Chile, foi marcada por uma reclassificação oficial de seu status de conservação. O Ministério do Meio Ambiente chileno promoveu a mudança da espécie da categoria 'vulnerável' para 'em perigo', uma decisão que sinaliza um declínio populacional acentuado impulsionado por décadas de pressão humana sobre seu habitat e recursos alimentares.

As ameaças que afetam o Spheniscus humboldti são múltiplas e interligadas. A captura acidental em redes de pesca continua a ser um fator de mortalidade constante para as aves marinhas. Adicionalmente, a exploração excessiva de cardumes vitais, como sardinhas e anchovas, restringe severamente o acesso a alimentos essenciais. Fatores ambientais recentes também agravaram a situação, incluindo a disseminação da gripe aviária, que causou perdas significativas em 2023, e a desregulação das correntes oceânicas causada por fenômenos como o El Niño, que impactam a disponibilidade de presas e o sucesso reprodutivo.

Em resposta a este cenário crítico, o governo chileno formalizou, em 26 de julho de 2024, o Plano Nacional para a Conservação do Pinguim-de-Humboldt, denominado Plano RECOGE. A Ministra do Meio Ambiente, Maisa Rojas, oficializou a iniciativa, que projeta uma estratégia de vinte anos para mitigar as ameaças e fortalecer a proteção da ave marinha. O plano, publicado no Diário Oficial em 25 de julho de 2024, é um esforço de convergência institucional, reunindo a CONAF, o Ministério do Meio Ambiente, Sernapesca e Subpesca.

O Plano RECOGE baseia-se na metodologia de Padrões Abertos de Prática para Conservação, um instrumento dinâmico focado na melhoria contínua do estado de conservação através da coordenação entre órgãos estatais, o setor privado e a sociedade civil. Dada a lenta taxa reprodutiva da espécie, qualquer recuperação será um processo gradual. O Chile detém uma responsabilidade singular, abrigando 89% das colônias globais desta ave endêmica, o que torna a reestruturação das dinâmicas marinhas um foco urgente para o restabelecimento do equilíbrio natural.

Fontes

  • Noticias Ambientales

  • El Noticiero del Huasco

  • Sphenisco

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