Andorinhas-do-mar-de-testa-preta chocam filhotes em meio a nevasca anômala na Nova Zelândia
Editado por: Olga Samsonova
A resiliência da vida selvagem foi notavelmente demonstrada na Nova Zelândia. Em novembro de 2025, uma nevasca intensa e completamente fora de época atingiu a área do Rio Upper Ohau. Apesar das condições climáticas adversas e da anomalia sazonal, um casal de andorinhas-do-mar-de-testa-preta (*Chlidonias albostriatus*) alcançou o sucesso reprodutivo, chocando seus filhotes. Este incidente incomum atraiu imediatamente a atenção das agências de conservação. O motivo da preocupação é claro: a andorinha-do-mar-de-testa-preta é um táxon classificado como espécie ameaçada em nível nacional, tornando cada nascimento um evento crucial para a sua sobrevivência.
A colônia em questão está localizada no Rio Ohau, que integra a Bacia de Mackenzie, na Ilha Sul, e funciona como a divisa natural entre as regiões de Otago e Canterbury. Os funcionários do Departamento de Conservação (*Department of Conservation*) mantiveram um monitoramento constante da colônia, expressando inicialmente grande apreensão. Havia um risco significativo de que a precipitação repentina de neve levasse as aves a abandonar seus ninhos, um comportamento que já havia sido registrado em anos anteriores sob condições semelhantes. No entanto, as câmeras de vigilância capturaram um feito extraordinário: a fêmea persistiu na incubação dos ovos sob o manto de neve que se acumulava, enquanto o macho se posicionava para protegê-los de quaisquer ameaças externas. A dedicação da dupla garantiu a continuidade da ninhada.
O sucesso desta reprodução é de importância capital, visto que a população estabelecida no Rio Upper Ohau constitui a maior colônia de andorinhas-do-mar-de-testa-preta em toda a Nova Zelândia. Após o derretimento da camada de neve, os pais foram observados juntos no ninho, e, poucos dias depois, nasceram dois filhotes. Estas aves, que possuem uma plumagem majoritariamente cinza e são facilmente reconhecidas pelo seu característico “gorro” preto, vivem nas margens dos rios e têm a capacidade de voar até 10 quilômetros mar adentro em busca de alimento. Os guardas florestais ressaltaram que, para salvaguardar esta espécie, que é única dos rios de leito trançado (*braided rivers*) da Nova Zelândia, é imperativo que haja um aumento na conscientização e no envolvimento da sociedade.
As recentes e severas anomalias climáticas, como a nevasca registrada em novembro de 2025, não são eventos isolados e se correlacionam diretamente com fenômenos climáticos mais amplos que afetam a região. Anteriormente, outras partes da Nova Zelândia já haviam experimentado condições extremas. Por exemplo, a cidade de Christchurch testemunhou em junho de 2025 a maior precipitação de neve em uma década. Adicionalmente, em meados de novembro de 2025, o país foi varrido por ciclones poderosos, que trouxeram consigo rajadas de vento que alcançaram a impressionante marca de 110 km/h, resultando no cancelamento de atividades escolares e em significativos atrasos nos serviços aéreos. A tenacidade e a adaptabilidade demonstradas pelas andorinhas-do-mar-de-testa-preta ao enfrentar tais condições extremas são notáveis, mas servem também como um alerta. Elas enfatizam a extrema fragilidade de seu ambiente natural. Garantir a preservação e a segurança dos locais de nidificação tornou-se, portanto, uma meta prioritária para as organizações de conservação, sendo essencial para assegurar a viabilidade e a sobrevivência de longo prazo desta espécie única.
Fontes
Mirage News
Report to 31 July 2025
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