A França está explorando o uso de seu excedente de energia nuclear para a mineração de Bitcoin, uma proposta ousada liderada pelo partido Rassemblement National (RN). O plano visa transformar eletricidade não utilizada em ativos digitais, com um programa piloto de cinco anos para redirecionar até um gigawatt de energia de usinas nucleares operadas pela Électricité de France (EDF). Esta iniciativa tem o potencial de gerar entre 100 e 150 milhões de dólares anualmente, ajudando a cobrir os custos da frota nuclear francesa e a criar novas fontes de receita pública.
A proposta representa uma evolução significativa na postura do RN em relação às criptomoedas. A líder do partido, Marine Le Pen, que em 2016 defendia a proibição do Bitcoin, agora apoia abertamente a mineração de Bitcoin como uma estratégia nacional. Essa mudança reflete um esforço para monetizar o excedente de eletricidade da França, que em 2024 resultou em perdas de 80 milhões de euros devido a preços negativos de eletricidade. O projeto de lei, submetido à Assembleia Nacional Francesa em 11 de julho de 2025, foi elaborado pelo deputado Aurélien Lopez-Liguori, que destaca a mineração de Bitcoin com energia nuclear como uma solução segura e lucrativa. A iniciativa também visa criar empregos e atrair investimentos para áreas rurais próximas às usinas nucleares.
Se aprovada, a França se tornaria a primeira nação europeia a vincular oficialmente a mineração de Bitcoin apoiada pelo estado à energia nuclear. Além da geração de receita, o calor residual da mineração poderia ser aproveitado para aquecimento, transformando um potencial problema de excesso de oferta em uma oportunidade econômica e otimizando a infraestrutura energética existente.