Pesquisadores financiados pela União Europeia, incluindo Yara Bernaldo de Quirós e o Professor Douglas Seals, investigaram como os golfinhos-nariz-de-garrafa mantêm a função arterial ao longo do tempo, apesar de sua longevidade e das exigências do mergulho profundo. O estudo, parte do projeto "Arterial Aging", explorou a hipótese de que as adaptações evolutivas desses mamíferos marinhos podem proteger suas artérias do envelhecimento. Em testes, o soro de golfinhos de várias idades foi aplicado em artérias de ratos, demonstrando que a função arterial se manteve consistentemente boa, mesmo com soro de golfinhos mais velhos. Essas descobertas foram consideradas "revolucionárias" pela American Physiological Society, sugerindo que os mecanismos biológicos em golfinhos podem oferecer novas estratégias para a saúde cardiovascular humana.
Uma descoberta adicional indica que o nutriente C15:0, um ácido graxo saturado recentemente identificado, desempenha um papel na saúde celular e longevidade. Estudos com golfinhos revelaram que níveis mais elevados de C15:0 estão associados a um menor risco de doenças relacionadas à idade, como diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, tanto em golfinhos quanto em humanos. O C15:0 demonstrou ser mais resistente à peroxidação lipídica e possuir propriedades anti-inflamatórias, contrastando com os ômega-3. Além disso, o soro de golfinho apresentou uma potência antioxidante significativamente maior em comparação com o soro humano, devido a uma maior concentração de resíduos de cisteína livre. Essa característica contribui para uma maior capacidade antioxidante e proteção contra o estresse oxidativo, um fator conhecido no envelhecimento arterial. Os pesquisadores esperam que essas descobertas levem ao desenvolvimento de novas terapias e estratégias preventivas para combater o declínio cardiovascular em humanos, utilizando os golfinhos como modelo para promover a longevidade e a saúde cardiovascular.