Uma pesquisa inovadora da Universidade de Turku, na Finlândia, destaca os profundos benefícios do contato com a natureza para o bem-estar humano, especificamente para o bem-estar eudaimônico. Este conceito, que se distingue do prazer momentâneo, foca em uma vida com propósito, autoconhecimento, crescimento pessoal e relacionamentos positivos.
O estudo, que envolveu 158 residentes finlandeses, revelou que tanto jovens quanto adultos mais velhos experimentam um aumento na autoaceitação e uma compreensão mais clara de seus valores pessoais ao passarem tempo em ambientes naturais. Joha Järekari, pesquisadora doutoral da Universidade de Turku, destacou que a natureza atua como um catalisador para a identificação de prioridades na vida, fomentando a independência e o desenvolvimento pessoal.
A pesquisa também sublinha a importância do co-design em experiências turísticas baseadas na natureza, visando apoiar transformações pessoais significativas e garantir que essas vivências estejam alinhadas às necessidades dos usuários por mudanças positivas. Estudos adicionais corroboram essas descobertas, indicando que mesmo breves períodos em ambientes naturais, como uma caminhada de dez minutos em um parque, podem gerar efeitos positivos na saúde mental.
A ecopsicologia, um campo emergente, reconhece a natureza como parte integrante do indivíduo, promovendo um equilíbrio psíquico. Pesquisas demonstram que viver a menos de 100 metros de uma árvore pode reduzir taxas de depressão, e que espaços verdes urbanos ajudam a mitigar o estresse psicológico em até 31%. Além disso, a exposição à natureza tem sido associada à redução dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e a melhorias no humor e na capacidade de concentração.
Um estudo publicado no Journal of Environmental Psychology, por exemplo, observou que indivíduos que passaram quatro dias imersos na natureza sem acesso à tecnologia apresentaram um aumento de 50% na criatividade para resolver problemas. A prática japonesa de "banho de floresta" (Shinrin-yoku) também tem ganhado destaque, com evidências científicas apontando para reduções significativas nos sintomas de ansiedade, depressão e estresse.
A pesquisa da Universidade de Turku, ao explorar como a natureza apoia a autoaceitação, o propósito de vida e a autonomia, reforça a ideia de que o contato com ambientes naturais é fundamental para um bem-estar duradouro e para a construção de uma vida mais plena e significativa. A integração de elementos naturais em experiências turísticas, através do co-design, surge como uma estratégia promissora para facilitar essas profundas transformações pessoais.