Os Estados Unidos e a União Europeia concluíram um acordo comercial histórico, estabelecendo um novo quadro para as relações comerciais e de investimento bilaterais. Este pacto, finalizado em 21 de agosto de 2025, visa estabilizar o comércio transatlântico e promover um crescimento económico mútuo, com a maioria das exportações da UE para os EUA sujeitas a uma tarifa de 15%.
O acordo estabelece uma estrutura de tarifas em duas camadas. A taxa de 15% aplica-se à maioria das exportações da UE para os EUA, representando uma redução significativa das tarifas de 30% que foram anteriormente ameaçadas. Setores-chave como automóveis, produtos farmacêuticos e semicondutores estão incluídos nesta taxa. Em contrapartida, os EUA reduzirão as suas tarifas sobre os automóveis europeus e peças relacionadas, com alívio esperado nas próximas semanas. A UE comprometeu-se a eliminar tarifas sobre todos os bens industriais dos EUA e a oferecer acesso preferencial a uma gama de produtos de marisco e agrícolas americanos.
Um aspeto notável do acordo é o compromisso da UE de adquirir 750 mil milhões de dólares em produtos energéticos dos EUA e 40 mil milhões de dólares em chips de IA dos EUA até 2028. Este compromisso visa reforçar a segurança energética e impulsionar a inovação tecnológica. Espera-se também que empresas da UE invistam 600 mil milhões de dólares em setores estratégicos dos EUA, fortalecendo os laços económicos. O mercado europeu de chips de IA deverá crescer significativamente até 2031.
O acordo também aborda barreiras não tarifárias e o comércio digital. A UE comprometeu-se a não adotar taxas de utilização de rede e ambos os lados manterão tarifas zero sobre transmissões eletrónicas. No entanto, as discussões sobre regulamentos digitais, como o Digital Services Act da UE, indicam que estas áreas podem continuar a ser objeto de negociações. A UE pretende ainda consultar os EUA e comerciantes americanos sobre a digitalização dos procedimentos comerciais.
Historicamente, as relações UE-EUA têm sido marcadas por cooperação e disputas. O período que antecedeu este acordo viu um aumento das tensões comerciais em 2025, incluindo tarifas dos EUA sobre automóveis e contramedidas da UE. A finalização deste quadro comercial é vista como um passo pragmático para mitigar estas tensões e promover uma parceria económica mais estável e mutuamente benéfica, representando um momento crucial nas relações transatlânticas.