Um violento terremoto de magnitude 6,0 abalou o leste do Afeganistão na noite de 31 de agosto de 2025, com o epicentro localizado a 27 quilômetros a nordeste de Jalalabad, na província de Nangarhar, a uma profundidade rasa de apenas 8 quilômetros. O tremor ocorreu próximo à fronteira com o Paquistão e resultou em um número trágico de mortes, superando 800 fatalidades e deixando mais de 2.800 pessoas feridas, de acordo com o Ministério do Interior afegão.
A província de Kunar foi a mais severamente afetada, com mais de 800 mortos e cerca de 2.500 feridos distribuídos por vários distritos. Nangarhar registrou pelo menos 12 óbitos e 355 feridos, enquanto Laghman contabilizou cerca de 12 mortos e 58 feridos. As operações de resgate enfrentaram desafios consideráveis devido a deslizamentos de terra e dificuldades logísticas que impediram o acesso a áreas mais remotas.
Autoridades locais, auxiliadas por voluntários, iniciaram os esforços de salvamento e distribuição de suprimentos. No entanto, a escassez de recursos levou o governo do Talibã a solicitar apoio a organizações humanitárias internacionais. A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) mobilizou equipes de emergência para prestar socorro em operações de busca e salvamento, cuidados médicos emergenciais e distribuição de itens essenciais.
Este terremoto ocorre em uma região geologicamente ativa, a cordilheira do Hindu Kush, conhecida pela convergência das placas tectônicas indiana e euroasiática, o que a torna propensa a atividades sísmicas. O evento traz à memória o devastador terremoto de magnitude 6,3 que atingiu o oeste do Afeganistão em 7 de outubro de 2023, causando entre 1.500 e 4.000 mortes. A vulnerabilidade da área a tais desastres ressalta a necessidade crítica de medidas eficazes de preparação e resposta.
Jalalabad, um importante centro comercial próximo ao epicentro, possui muitas casas construídas com materiais vulneráveis a tremores. O impacto do tremor foi sentido em Cabul, a capital, e até mesmo em Islamabad, capital do Paquistão. A magnitude e a profundidade rasa do sismo contribuíram para a extensão dos danos e o elevado número de vítimas.
A comunidade internacional, através das Nações Unidas, expressou condolências e assegurou a presença de pessoal no terreno para oferecer assistência humanitária e médica. O governo do Talibã emitiu um apelo urgente por transporte aéreo para alcançar áreas montanhosas e de difícil acesso. A situação humanitária no Afeganistão já é precária, agravada por décadas de conflito e pela redução da ajuda externa desde o retorno do Talibã ao poder em 2021. A resposta a este desastre natural adiciona uma camada de complexidade a um cenário já desafiador, exigindo uma coordenação robusta entre autoridades locais e organizações internacionais para mitigar o sofrimento e iniciar a recuperação.