Em 28 de agosto de 2025, Estados Unidos e Panamá apresentaram uma proposta de resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas visando o estabelecimento de uma força dedicada à supressão de gangues e um Escritório de Apoio da ONU. O objetivo é combater os grupos armados que assolam o Haiti, superando as limitações da missão atual apoiada pela ONU, que enfrenta escassez de recursos e pessoal.
A Embaixadora dos EUA na ONU, Dorothy Shea, destacou a necessidade de uma missão capaz de "reter território, garantir infraestrutura e complementar a Polícia Nacional Haitiana". O plano inclui a criação de um Escritório de Apoio da ONU para fornecer assistência logística. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, tem defendido um maior apoio material e uma aplicação mais rigorosa do embargo de armas contra as gangues, observando que muitas armas são traficadas a partir da Flórida.
A crise humanitária no Haiti se agrava, com mais de 1,3 milhão de pessoas deslocadas devido à violência de gangues. Um dado alarmante é o aumento de 700% no recrutamento de crianças por gangues nos primeiros três meses de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, com crianças representando cerca de 50% dos membros de gangues, frequentemente forçadas ao combate ou exploradas.
Em resposta à crescente violência, o governo do Haiti declarou estado de emergência de três meses em agosto de 2025 para os departamentos Oeste, Artibonite e Centro, visando combater a insegurança e a crise agrícola e alimentar. Relatórios da ONU indicam que, entre outubro de 2024 e junho de 2025, mais de 1.018 pessoas foram mortas apenas nas regiões de Artibonite e Centro, com um total de 4.864 mortes em todo o país nesse período.
A missão proposta busca apoiar a Polícia Nacional Haitiana e outros parceiros internacionais na restauração da estabilidade. O Conselho de Segurança da ONU deve discutir a proposta nas próximas semanas, com o objetivo de fortalecer a capacidade de resposta contra a violência que tem levado a um número recorde de deslocados, estimado em 1,3 milhão de haitianos.