O Presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, anunciou em 15 de agosto de 2025, sua intenção de restaurar o Acordo Militar Abrangente de 2018 com a Coreia do Norte. Este acordo, que visava reduzir as tensões na fronteira, foi suspenso pela administração anterior em junho de 2024 e declarado nulo pela Coreia do Norte em novembro de 2023. A decisão do Presidente Lee, comunicada durante um discurso que marcou o 80º aniversário da libertação da Coreia do domínio japonês, sinaliza um esforço renovado para desescalar a instabilidade na Península Coreana.
O Acordo Militar Abrangente, assinado em 19 de setembro de 2018, estabeleceu medidas de construção de confiança militar, incluindo zonas de amortecimento terrestres e marítimas e zonas de exclusão aérea para prevenir confrontos. A suspensão do acordo pela Coreia do Sul ocorreu em resposta a ações provocativas da Coreia do Norte, como o envio de balões com lixo através da fronteira. Em contrapartida, a Coreia do Norte declarou o acordo inválido e afirmou que restabeleceria todas as medidas militares ao longo da fronteira. Desde que assumiu o cargo em junho de 2025, o Presidente Lee tem implementado medidas para diminuir as tensões, como a suspensão da distribuição de folhetos de propaganda anti-Coreia do Norte por ativistas e a interrupção de transmissões de propaganda por alto-falantes. Ele enfatizou que a hostilidade contínua é prejudicial para ambas as Coreias e reiterou o compromisso com a desnuclearização pacífica através do diálogo. A restauração do acordo militar é vista como um passo crucial para engajar Pyongyang e mitigar as hostilidades transfronteiriças.
O Presidente Lee também está focado em melhorar as relações com o Japão, com uma reunião agendada com o Primeiro-Ministro japonês Shigeru Ishiba em 23 de agosto de 2025. Esta iniciativa diplomática para fortalecer os laços com o Japão reflete uma estratégia mais ampla para estabilizar as dinâmicas regionais. A abordagem do Presidente Lee, que busca construir confiança e reviver o diálogo, contrasta com a postura mais rígida de seu antecessor, Yoon Suk Yeol. A resposta da Coreia do Norte a essas propostas de reconciliação permanece incerta, com declarações anteriores de Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano, classificando as propostas sul-coreanas como um "grande erro de cálculo". Apesar disso, a Coreia do Sul mantém a esperança de que Pyongyang retribua os esforços de diálogo e restauração da confiança. A decisão de restabelecer o acordo militar de 2018 ocorre em um contexto de tensões crescentes, exacerbadas pelas ambições nucleares do líder norte-coreano Kim Jong Un e pelo aprofundamento das relações de Pyongyang com a Rússia. Historicamente, o acordo de 2018 foi um marco na redução de incidentes militares, diminuindo as infiltrações e provocações norte-coreanas em mais de 20 por ano para apenas uma entre 2018 e meados de 2022. A restauração deste pacto é vista como uma oportunidade para reacender a estabilidade e a cooperação na Península Coreana, embora o sucesso dependa da reciprocidade de Pyongyang.