Israel iniciou a primeira fase de uma operação militar para capturar a Cidade de Gaza, marcando uma escalada significativa no conflito israelo-palestino. A ofensiva, denominada "Operação Carruagens de Gideão II", foi aprovada pelo Ministro da Defesa, Israel Katz, e visa aprofundar os danos ao Hamas e sua infraestrutura. Tropas israelenses já realizam ações preparatórias nos arredores da cidade, com foco nas áreas de Zeitoun e Jabalia. Em antecipação à ofensiva terrestre, Israel mobilizou dezenas de milhares de reservistas, com a expectativa de que seu destacamento ocorra em setembro.
A ação ocorre em um momento delicado, após o colapso de um cessar-fogo anterior e em meio a negociações em andamento para um novo acordo. Em 18 de agosto de 2025, o Hamas concordou com uma proposta de cessar-fogo de 60 dias, mediada por países árabes, que inclui a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos. No entanto, Israel ainda não respondeu formalmente a esta oferta. O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu tem pressionado pela aceleração da ofensiva para derrotar o Hamas, apesar das críticas internacionais e apelos por um cessar-fogo.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, apelou por um cessar-fogo imediato, alertando para as consequências devastadoras para os civis e criticando a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia como "ilegal". A situação humanitária na Faixa de Gaza continua a deteriorar-se drasticamente, com relatórios da ONU indicando um aumento de três vezes no número de crianças desnutridas desde março. Uma em cada três crianças em Gaza City sofre de desnutrição, refletindo as restrições de acesso a alimentos e água potável.
Organizações como a UNICEF alertam para o aumento alarmante de doenças e mortes evitáveis entre crianças devido à falta de acesso a suprimentos médicos e nutricionais essenciais. A comunidade internacional, representada por figuras como o Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, expressou apoio a uma solução de dois estados para Israel e Palestina, enfatizando a necessidade de um processo de paz e de parcerias globais fortes. A Alemanha rejeita a escalada das operações militares e pede um cessar-fogo imediato e duradouro, condenando a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia por violar o direito internacional.
A incerteza sobre a resposta de Israel à proposta de cessar-fogo do Hamas e a continuação da ofensiva militar em Gaza deixam o futuro imediato da região em suspenso, com profundas implicações para a estabilidade regional e o bem-estar da população civil.