Israel aprova 3.401 novas unidades habitacionais na área E1, Cisjordânia, gerando condenação internacional

Editado por: Татьяна Гуринович

A aprovação de 3.401 novas unidades habitacionais na área E1 da Cisjordânia pelo Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, em 14 de agosto de 2025, provocou uma ampla condenação internacional. Este significativo projeto habitacional, situado entre Jerusalém e o assentamento de Ma'ale Adumim, é visto por críticos como um movimento estratégico para fragmentar a Cisjordânia e prejudicar irrevogavelmente as perspectivas de uma solução de dois estados.

O próprio Smotrich articulou a intenção por trás do projeto, declarando que seu propósito é "enterrar" o conceito de um estado palestino, estabelecendo a continuidade territorial israelense entre Jerusalém e Ma'ale Adumim. Esta declaração sublinha um objetivo político claro de solidificar o controle israelense e a contiguidade territorial, desafiando diretamente o consenso internacional sobre uma solução de dois estados.

A reação da comunidade internacional tem sido rápida e em grande parte crítica. A França, através do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, condenou inequivocamente o plano, classificando-o como uma "grave violação do direito internacional" e enfatizando que a sua implementação cortaria a Cisjordânia ao meio, minando assim a viabilidade de uma solução de dois estados. Da mesma forma, a União Europeia instou Israel a suspender o projeto, com a sua chefe de política externa a afirmar que a construção "cortaria permanentemente a contiguidade geográfica e territorial entre Jerusalém Oriental ocupada e a Cisjordânia". Organizações israelenses, como a Peace Now, também expressaram forte oposição, alertando que o plano E1 é "mortal para o futuro de Israel e para qualquer chance de alcançar uma solução pacífica de dois estados". Elas destacam que as ações do governo estão a levar a região para mais conflito e derramamento de sangue. As Nações Unidas também se pronunciaram, com o seu porta-voz a afirmar que a construção "pôria fim às perspectivas de uma solução de dois estados" e que os assentamentos são uma violação do direito internacional.

O plano E1 tem um histórico de controvérsia, tendo sido congelado durante anos devido à oposição internacional, incluindo de administrações anteriores dos EUA. O seu renascimento, particularmente nesta conjuntura, sinaliza uma mudança significativa nas prioridades políticas israelenses. O momento desta aprovação, em meio a discussões internacionais crescentes sobre o reconhecimento de um estado palestino, sugere uma tentativa deliberada de antecipar ou complicar resultados diplomáticos futuros. A localização estratégica do corredor E1 é crucial, pois o seu desenvolvimento criaria uma barreira física que dividiria a Cisjordânia norte e sul, isolando Jerusalém Oriental das cidades palestinas como Ramallah e Bethlehem. Este movimento não só impede o desenvolvimento palestino, mas também desafia diretamente o quadro estabelecido para as negociações de paz. A resposta da comunidade internacional, incluindo fortes condenações da França, Reino Unido, Egito e ONU, sublinha a preocupação global com as potenciais ramificações desta expansão de assentamentos.

Fontes

  • Deutsche Welle

  • Reuters

  • Ministère de l'Europe et des Affaires étrangères

  • Foundation for Middle East Peace

  • Time

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