A Rússia e a Bielorrússia iniciaram os seus exercícios militares conjuntos Zapad-2025, um evento que está a aumentar as tensões na Europa Oriental. As manobras, que decorrem de 12 a 16 de setembro de 2025, envolvem cerca de 7.000 a 8.000 militares em campos de treino na Bielorrússia e na Rússia, bem como nas áreas marítimas do Báltico e de Barents. Estes exercícios testam a prontidão do Estado da União para repelir ataques inimigos e garantir as suas fronteiras, mas a sua proximidade com os estados membros da NATO tem gerado preocupações significativas.
Em resposta a estas atividades, a NATO lançou a sua própria série de manobras, incluindo a operação "Eastern Sentry". Esta iniciativa visa reforçar a defesa do flanco oriental da aliança e demonstrar unidade e prontidão. Países como Dinamarca, França, Alemanha e Reino Unido estão a contribuir com recursos aéreos e navais para a "Eastern Sentry", sublinhando o compromisso da NATO com a defesa coletiva. A "Eastern Sentry" é descrita como uma operação flexível e ágil, integrando defesas aéreas e terrestres, e melhorando o intercâmbio de informações entre os aliados para responder a ameaças emergentes, incluindo o uso crescente de drones por parte da Rússia.
As tensões foram exacerbadas por incidentes recentes, como a incursão de drones russos no espaço aéreo polaco. O Primeiro-Ministro polaco, Donald Tusk, descreveu estes exercícios como "muito agressivos" e "muito próximos" da fronteira polaca, classificando a incursão de drones como um "ataque" deliberado. Em resposta a estas preocupações de segurança, a Polónia fechou todas as suas fronteiras com a Bielorrússia, citando razões de segurança nacional. A Lituânia também aumentou a sua segurança de fronteira e colocou os seus mecanismos de segurança nacional em alerta máximo.
Historicamente, os exercícios Zapad têm sido um ponto focal de preocupação, com a edição de 2021 a envolver cerca de 200.000 militares e a preceder a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022. Embora os exercícios Zapad-2025 sejam de menor escala em comparação com edições anteriores, devido ao envolvimento da Rússia na guerra da Ucrânia, a sua natureza e proximidade geográfica continuam a ser um motivo de vigilância para os países vizinhos e aliados da NATO. A inclusão de treino relacionado com o emprego de armas nucleares e a prática com o sistema de mísseis Oreshnik, de capacidade nuclear, pela Bielorrússia, adiciona uma camada extra de apreensão.
A cooperação militar entre a Rússia e a Bielorrússia tem sido um pilar fundamental da sua relação bilateral, com acordos que remontam aos anos 90, incluindo o arrendamento de instalações militares e a criação de sistemas integrados de defesa aérea. Estes exercícios conjuntos, como o Zapad, são vistos não apenas como uma demonstração de força, mas também como uma ferramenta política que visa projetar influência e, por vezes, intimidar o Ocidente. A NATO, por sua vez, responde com uma postura de dissuasão e defesa, garantindo que qualquer provocação será enfrentada com uma resposta coordenada e robusta, reafirmando o seu compromisso com a segurança de todos os seus membros.