Alemanha Considera Reintrodução do Serviço Militar Obrigatório para Fortalecer a Bundeswehr

Editado por: Татьяна Гуринович

A Alemanha está a avaliar uma reforma substancial do seu serviço militar, que poderá incluir o regresso do serviço militar obrigatório, com o objetivo de reforçar a Bundeswehr e cumprir as metas de aumento de tropas da NATO. Esta proposta surge num contexto de crescente instabilidade geopolítica na Europa, intensificada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

O plano, apresentado pelo Ministro da Defesa Boris Pistorius, prevê a introdução de um serviço militar voluntário a partir de 2026. Sob esta nova estrutura, todos os jovens de 18 anos receberão um questionário da Bundeswehr sobre a sua disposição para servir. A resposta será obrigatória para os homens e voluntária para as mulheres, com o objetivo de aumentar o recrutamento para o serviço militar, que terá uma duração mínima de seis meses. Contudo, o plano inclui uma cláusula de salvaguarda: caso o serviço voluntário não consiga atrair o número necessário de jovens, o governo poderá reintroduzir o serviço militar obrigatório, mediante aprovação do Bundestag.

Esta iniciativa marca uma mudança estratégica na política de defesa alemã, afastando-se da suspensão do serviço militar obrigatório em 2011. A NATO exige um aumento de 60.000 soldados para fortalecer as suas defesas coletivas. Atualmente, a Bundeswehr conta com cerca de 183.000 soldados, mas ambiciona aumentar o número de soldados profissionais para 260.000 e o de reservistas para 200.000 até 2035. A proposta visa também reativar reservistas para fortalecer as capacidades de defesa da Alemanha.

No entanto, a reforma enfrenta críticas. Membros da CDU/CSU expressam preocupação de que o serviço voluntário possa não ser suficiente para atender às necessidades de recrutamento. Norbert Röttgen, vice-chefe do grupo parlamentar CDU/CSU no Bundestag, apontou a falta de metas e prazos concretos na lei como um obstáculo para o acompanhamento do progresso no aumento das forças armadas. Adicionalmente, a Bundeswehr enfrenta dificuldades práticas na reativação de reservistas devido a leis rigorosas de proteção de dados, que dificultam o contacto com antigos militares. A União Europeia e a Alemanha estão a trabalhar para conciliar a proteção de dados com as exigências de serviço de reservistas e a retomada do registo e vigilância militar.

A estratégia de defesa da Alemanha está a ser moldada pela necessidade de responder a ameaças de segurança mais amplas, com o objetivo de se tornar a força militar convencional mais forte da Europa. A resposta da Alemanha à guerra na Ucrânia tem sido um ponto de viragem, com um aumento significativo nos gastos com defesa e um compromisso renovado com a segurança europeia, sublinhando a importância da cooperação e da prontidão no cenário de segurança atual.

Fontes

  • Deutsche Welle

  • Financial Times

  • Associated Press

  • Deutsche Welle

  • Deutsche Welle

  • Deutsche Welle

Encontrou um erro ou imprecisão?

Vamos considerar seus comentários assim que possível.