Naves Espaciais Minúsculas Poderiam Testar a Teoria de Einstein Perto de um Buraco Negro

Editado por: Tetiana Martynovska 17

Uma proposta audaciosa de astrofísico Cosimo Bambi sugere o envio de uma nave espacial minúscula, impulsionada por laser, para testar a teoria da relatividade geral de Albert Einstein em um ambiente cósmico extremo: a vizinhança de um buraco negro.

Essas naves, apelidadas de "nanocrafts", teriam o peso de um clipe de papel e seriam capazes de atingir quase um terço da velocidade da luz, permitindo uma viagem a um buraco negro a 20-25 anos-luz de distância em aproximadamente 60 a 75 anos. O objetivo principal desta missão seria investigar a existência de horizontes de eventos, as fronteiras de onde nada pode escapar, uma previsão fundamental da relatividade geral que ainda não foi confirmada diretamente. A ideia é que um nanocraft observe outro enquanto ele se aproxima do buraco negro. Se um horizonte de eventos existir, o sinal da sonda em queda deveria gradualmente sofrer um desvio para o vermelho e desaparecer, alinhando-se com as previsões de Einstein. No entanto, se o buraco negro for um "fuzzball" teórico, sem um horizonte de eventos, o sinal poderia cessar de forma mais abrupta, indicando a necessidade de uma nova física além da relatividade geral.

Para que esta missão se torne realidade, são necessários dois avanços tecnológicos cruciais: a descoberta de um buraco negro suficientemente próximo e o desenvolvimento de sistemas avançados de propulsão a laser e de naves espaciais miniaturizadas capazes de suportar viagens interestelares. Embora o buraco negro conhecido mais próximo, Gaia BH1, esteja a cerca de 1.560 anos-luz de distância, modelos de evolução estelar sugerem que buracos negros ainda não detectados podem existir muito mais perto, talvez a apenas 20 a 25 anos-luz da Terra. Acredita-se que a descoberta de um buraco negro próximo possa ocorrer na próxima década.

O custo de um conjunto de lasers capaz de impulsionar essas naves é estimado em cerca de um bilhão de euros em 30 anos, um valor comparável às missões espaciais emblemáticas atuais. A tecnologia para construir esses nanocrafts, incluindo microprocessadores, sensores miniaturizados e velas de luz feitas de metamateriais, ainda está em desenvolvimento. Projetos como o Breakthrough Starshot, que visa enviar sondas minúsculas a estrelas próximas usando propulsão a laser, demonstram o potencial dessa tecnologia. A missão, embora desafiadora e especulativa, representa um passo ousado na exploração fundamental da física e na nossa compreensão dos buracos negros e do próprio tecido do espaço-tempo. A capacidade de testar a relatividade geral em condições extremas, onde suas equações são mais rigorosamente testadas, poderia revolucionar nosso entendimento do universo.

Fontes

  • Space.com

  • An interstellar mission to a black hole? Astrophysicist thinks it's possible

  • An interstellar mission to test astrophysical black holes

  • A laser-propelled mini spacecraft could travel to a nearby black hole, astrophysicist says

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