ESA e NASA Investigam Cometa Interestelar 3I/ATLAS: Uma Janela para as Origens Cósmicas

Editado por: Tetiana Martynovska 17

A Agência Espacial Europeia (ESA) e a NASA estão colaborando na exploração do cometa interestelar 3I/ATLAS, um visitante cósmico descoberto em 1º de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS, no Chile. Este corpo celeste é o terceiro objeto interestelar confirmado a cruzar nosso Sistema Solar, sucedendo 'Oumuamua e Borisov.

O 3I/ATLAS viaja a uma velocidade notável de aproximadamente 58 a 61 km/s em relação ao Sol. Sua trajetória o levará ao periélio em 29 de outubro de 2025, quando passará a cerca de 203 milhões de quilômetros do Sol, entre as órbitas de Marte e da Terra. O cometa não representa perigo para a Terra, mantendo uma distância segura de pelo menos 270 milhões de quilômetros.

A ESA monitora o 3I/ATLAS com sua rede de telescópios. A NASA utilizou o Telescópio Espacial Hubble em 21 de julho de 2025 para capturar imagens detalhadas, revelando uma coma em forma de lágrima. Mais recentemente, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) forneceu dados cruciais sobre a composição do cometa em 6 de agosto de 2025. Análises iniciais, incluindo observações do Neil Gehrels-Swift Observatory, detectaram emissão de hidroxila, indicando atividade cometária significativa.

A composição química do 3I/ATLAS é incomum, com uma proporção de dióxido de carbono (CO₂) para água (H₂O) de 8.0 ± 1.0, significativamente maior do que em cometas do Sistema Solar. Essa abundância de CO₂ sugere que o cometa pode ter se formado em um ambiente com condições distintas, possivelmente em regiões mais frias e distantes de sua estrela-mãe, ou sob níveis de radiação mais elevados. Estudos indicam que o 3I/ATLAS pode ter até 7 bilhões de anos, sendo potencialmente mais antigo que o próprio Sistema Solar, com origem em regiões mais antigas da Via Láctea. A presença de níquel e cianeto em sua coma também adiciona complexidade ao estudo.

O JWST identificou dióxido de carbono, água, gelo, monóxido de carbono e sulfeto de carbonila. A relação CO₂/H₂O de 8:1 é a maior já observada em um cometa. A baixa presença de vapor d'água sugere que o calor solar não penetra profundamente em seu núcleo. A origem interestelar do 3I/ATLAS foi confirmada por sua órbita hiperbólica, vindo da direção da constelação de Sagitário, próximo ao Centro Galáctico da Via Láctea.

O 3I/ATLAS deverá permanecer visível para telescópios terrestres até setembro de 2025, reaparecendo em dezembro após passar pelo Sol. A colaboração internacional em torno deste objeto demonstra a busca coletiva por conhecimento, permitindo que a ciência avance na compreensão de fenômenos que transcendem nossas fronteiras solares.

Fontes

  • Space.com

  • ESA tracks rare interstellar comet

  • NASA’s Webb Space Telescope Observes Interstellar Comet

  • As NASA Missions Study Interstellar Comet, Hubble Makes Size Estimate

Encontrou um erro ou imprecisão?

Vamos considerar seus comentários assim que possível.