The Mynabirds Lança Novo Álbum e Single Reflexivo em Meio a Posicionamento Ético

A banda The Mynabirds, liderada por Laura Burhenn, anunciou o lançamento de seu novo álbum, "It's Okay To Go Back If You Keep Moving Forward", para 7 de novembro de 2025. O trabalho estará disponível em vinil e na maioria dos serviços de streaming, com a notável exceção do Spotify. Esta decisão está alinhada com o posicionamento artístico e ético de Burhenn, que lançou a campanha "Disarm Spotify" em protesto ao investimento do CEO Daniel Ek em tecnologia de defesa.

O anúncio do álbum é acompanhado pelo lançamento do single principal, "Ramona, Patron Saint Of Silence". Burhenn descreve a faixa como um hino à resiliência, nascido de um período de perda pessoal e introspecção profunda. A canção explora a força encontrada na voz e a coragem de se expressar, mesmo após um período de silêncio autoimposto. A inspiração para "Ramona" surgiu após Burhenn enfrentar perdas significativas, incluindo seu cachorro e avó, durante a pandemia, o que a levou a um momento de introspecção e à redescoberta de sua própria voz.

O álbum "It's Okay To Go Back If You Keep Moving Forward" representa uma mudança significativa na sonoridade dos Mynabirds. Burhenn optou por um som mais essencial e cru, gravado ao vivo com o produtor Pierre de Reeder no estúdio 64 Sound. O trabalho apresenta três novas composições ao lado de versões acústicas de sete canções existentes do grupo, resultando em um material caracterizado por sua qualidade crua, vulnerável e profundamente humana. Burhenn descreve o processo como uma "morte do ego", retornando à sua forma inicial de compor, apenas com voz e piano, utilizando a música como terapia.

Essa abordagem minimalista contrasta com os trabalhos anteriores da banda, que exploraram diversos estilos, desde o americana e folk-pop até texturas de synth-pop e hinos grandiosos. A iniciativa "Disarm Spotify" de Burhenn, que removeu sua música da plataforma, ganhou tração e inspirou outros artistas, como King Gizzard & The Lizard Wizard e Deerhoof, a fazerem o mesmo, protestando contra o uso de fundos de streaming para investimentos em tecnologia militar.

O álbum, em sua essência, é um lembrete de que, por vezes, avançar significa revisitar as origens, e que no silêncio é possível encontrar a força para transformar sistemas quebrados e cantar em uníssono. A música é vista como uma forma de cura e uma ponte para alcançar outras pessoas, com a artista comparando a música a um remédio essencial para a sobrevivência.