Um grande buraco coronal expandiu-se significativamente na superfície do Sol, levando especialistas do Laboratório de Astrofísica Solar do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia Russa de Ciências (IKI RAS) a alertar sobre a possibilidade de tempestades geomagnéticas na Terra. Este fenômeno solar, que começou a crescer no lado do Sol voltado para a Terra há vários dias, aumentou suas dimensões em aproximadamente 50% nas últimas 48 horas. Espera-se que o vento solar desta região se intensifique a partir de segunda-feira, 18 de agosto de 2025, com cientistas prevendo que a velocidade do vento solar possa atingir entre 800 e 900 quilômetros por segundo até 19-20 de agosto. Este valor representa mais do dobro das velocidades normais, que geralmente ficam em torno de 400 km/s.
Ventos solares de alta velocidade, originados em buracos coronais, são conhecidos por sua capacidade de interagir com o campo magnético da Terra, potencialmente desencadeando tempestades geomagnéticas. Essas tempestades podem afetar infraestruturas tecnológicas críticas, como sistemas de comunicação por rádio de alta frequência, redes de energia e sistemas de navegação por satélite (GPS). A densidade aumentada da atmosfera superior, devido ao aquecimento causado pelas partículas solares, pode aumentar o arrasto em satélites em órbita baixa, encurtando sua vida útil. Além disso, correntes induzidas geomagneticamente podem sobrecarregar transformadores de rede elétrica, levando a instabilidades de tensão e, em casos extremos, a apagões generalizados. Embora a situação geomagnética permaneça estável no momento, cientistas observam atentamente o processo de crescimento do buraco coronal. A velocidade excepcionalmente alta do vento solar esperada nos próximos dias é considerada o principal fator que pode influenciar o ambiente geomagnético da Terra. A NASA, através de sua missão PUNCH, está aprimorando a previsão de clima espacial, capturando imagens tridimensionais do vento solar e das tempestades solares para alertas mais precisos.
Para contextualizar, a velocidade típica do vento solar na região equatorial, onde a Terra orbita, é de cerca de 400 km/s. Ventos solares de alta velocidade originados em buracos coronais podem variar entre 500 a 800 km/s, e os valores previstos para os próximos dias representam um fluxo extraordinariamente poderoso. Fenômenos anteriores, como uma tempestade geomagnética moderada (G2.0) que ocorreu recentemente e durou mais de 30 horas, destacam a sensibilidade de nossos sistemas a essas atividades solares. A comunidade científica continua a monitorar esses desenvolvimentos, pois a compreensão e a previsão dessas tempestades solares são cruciais para mitigar seus potenciais impactos em nossa sociedade cada vez mais dependente da tecnologia.