Cientistas conseguiram recriar em laboratório o íon hidreto de hélio (HeH+), a primeira molécula a surgir no universo. A descoberta oferece uma nova compreensão sobre a química que originou as primeiras estrelas e galáxias.
Logo após o Big Bang, o universo era um ambiente quente e denso. À medida que se expandia e arrefecia, átomos de hidrogênio e hélio se combinaram para formar o HeH+. Acredita-se que essa molécula tenha sido fundamental na formação de hidrogênio molecular (H2), essencial para o resfriamento de nuvens de gás, permitindo o colapso e a formação das primeiras estrelas.
A primeira detecção inequívoca do HeH+ no espaço foi feita em 2019. A molécula foi identificada a cerca de 3000 anos-luz da Terra, na nebulosa planetária NGC 7027. A detecção foi realizada utilizando o espectrômetro GREAT a bordo do observatório voador SOFIA.
O HeH+ é um cátion formado pela reação de um próton com um átomo de hélio na fase gasosa. A molécula foi sintetizada pela primeira vez em laboratório em 1925.
Espera-se que a recriação em laboratório proporcione uma compreensão mais aprofundada da formação da molécula e seu impacto no universo primordial.