Físicos do NIST Quantificam Desvio Temporal de Marte em Relação à Terra
Editado por: gaya ❤️ one
Físicos do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST) quantificaram com precisão a diferença na passagem do tempo entre a Terra e Marte. A investigação, formalmente publicada no The Astronomical Journal em dezembro de 2025, estabelece que os relógios marcianos avançam, em média, 477 microssegundos a mais por dia terrestre. Este achado constitui uma aplicação prática da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, que postula que a gravidade influencia a taxa temporal.
O cerne da descoberta reside na compreensão de que a gravidade superficial mais tênue de Marte supera o efeito de desaceleração provocado pela sua velocidade orbital mais lenta em comparação com a Terra. Os pesquisadores do NIST, incluindo o físico Bijunath Patla, basearam seus cálculos na integração de dados coletados ao longo de décadas por diversas sondas e rovers que operaram na superfície marciana. Para padronizar a medição, foi estabelecido um ponto de referência na superfície de Marte, servindo como análogo ao nível do mar terrestre.
A análise detalhada revelou que, além da média diária de 477 microssegundos, o desvio temporal exibe uma flutuação considerável, atingindo até 226 microssegundos ao longo de um ano marciano. Essa variabilidade é atribuída à órbita excêntrica do Planeta Vermelho, que altera sua distância do Sol e, consequentemente, as influências gravitacionais de outros corpos celestes no Sistema Solar, como Júpiter e Saturno.
Esta precisão temporal recém-adquirida assume uma importância crítica no contexto dos planos para missões tripuladas e a potencial instauração de assentamentos permanentes em Marte. A necessidade de sincronização exata é análoga à infraestrutura do GPS terrestre, que exige precisão na ordem de 0,1 microssegundo para redes como o 5G. O físico Patla enfatizou que este conhecimento é um passo essencial para a sincronização de futuras redes de navegação e comunicação interplanetárias.
A ausência dessa correção relativística poderia introduzir erros significativos em sistemas que dependem de marcações temporais precisas para a localização e a troca de dados, especialmente considerando os atrasos de comunicação que variam entre 4 e 24 minutos entre os planetas. Em comparação histórica, o estudo destaca que o desvio temporal marciano é substancialmente maior do que o offset medido para a Lua, que corre aproximadamente 56 microssegundos mais rápido por dia em relação à Terra. Neil Ashby, outro físico do NIST envolvido na pesquisa, ressaltou que o estudo antecipa os desafios de estabelecer sistemas de navegação precisos em outros corpos celestes.
Os resultados obtidos pelo NIST, liderados por pesquisadores como Patla e Ashby, fornecem os parâmetros necessários para o desenvolvimento de um sistema de tempo sincronizado em escala solar, onde diferenças mínimas devem ser rigorosamente contabilizadas. Este aprimoramento no entendimento do tempo em Marte é um pré-requisito para a próxima fase da exploração espacial humana, solidificando a base teórica para a engenharia espacial avançada.
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Fontes
ФОКУС
Live Science
Space
EarthSky
Discover Magazine
BBC Sky at Night Magazine
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