Nova Linha do Tempo da Evolução Bacteriana Revela Uso de Oxigênio Antes da Fotossíntese

Cientistas da Universidade de Queensland, juntamente com colaboradores internacionais, construíram uma linha do tempo detalhada da evolução bacteriana. Esta pesquisa inovadora sugere que algumas bactérias utilizavam oxigênio muito antes de evoluírem a capacidade de produzi-lo através da fotossíntese. Esta descoberta, publicada recentemente, reformula nossa compreensão da vida primitiva na Terra. A equipe de pesquisa se concentrou em como os microrganismos responderam ao Grande Evento de Oxigenação (GOE) há aproximadamente 2,33 bilhões de anos. Este evento alterou drasticamente a atmosfera da Terra, transformando-a de uma em grande parte desprovida de oxigênio para uma que sustenta a vida como a conhecemos. O professor Phil Hugenholtz, da UQ, destacou os desafios em estabelecer linhas do tempo precisas devido à escassez de evidências fósseis. A equipe superou esses desafios analisando registros geológicos e genômicos simultaneamente. Eles usaram o GOE como um limite de tempo crítico, assumindo que a maioria das linhagens de bactérias aeróbicas provavelmente não precedem este evento, a menos que outras evidências sugiram o contrário. O aprendizado de máquina foi empregado para prever se as bactérias ancestrais usavam oxigênio. Essa abordagem permitiu que os pesquisadores estimassem quando eventos específicos ocorreram, incluindo o surgimento do metabolismo aeróbico. As descobertas revelam que pelo menos três linhagens aeróbicas existiam antes do GOE, por quase 900 milhões de anos. Isso indica que a capacidade de usar oxigênio evoluiu muito antes de sua presença generalizada na atmosfera. Evidências sugerem que a transição aeróbica mais antiga ocorreu por volta de 3,2 bilhões de anos atrás no ancestral das cianobactérias. Esta descoberta abre a porta para a compreensão de como as bactérias podem ser resistentes a antibióticos.