Nova descoberta química decifra a textura do vinho, revolucionando a produção

Editado por: Vera Mo

Já se perguntou por que um gole de vinho parece seda, enquanto outro raspa sua língua como lixa? Uma descoberta inovadora na química, liderada por pesquisadores da Penn State University, está fornecendo respostas.

O novo método de "Impressão Digital de Fragmentação de Taninos Condensados", publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, permite que os cientistas decodifiquem a complexa estrutura molecular dos taninos, os compostos responsáveis pela textura do vinho. Este método é um divisor de águas para os produtores de vinho, oferecendo uma "biblioteca de sabores" detalhada que eles podem usar para refinar sua arte.

A equipe de pesquisa, liderada por Misha Kwasniewski, desenvolveu um método que marca cada fragmento de tanino à medida que ele se decompõe dentro de um espectrômetro de massa de alta resolução. Os taninos, que são cadeias ramificadas de flavanol catequina, determinam a força com que as moléculas se ligam às proteínas salivares. Cadeias mais longas e mais emaranhadas criam uma textura mais áspera, enquanto cadeias mais curtas resultam em uma sensação mais suave.

Este novo método permite que os produtores de vinho entendam como diferentes estruturas de taninos afetam o sabor e a sensação na boca do vinho. É como ter um mapa detalhado do perfil de sabor do vinho. Os produtores de vinho agora podem tomar decisões informadas sobre fermentação, escolha de barris e mistura, levando a resultados mais consistentes e desejáveis.

As implicações desta descoberta se estendem além da produção de vinho. A equipe da Penn State está explorando aplicações na produção de cidra e cerveja artesanal. Eles também estão investigando a ligação entre a estrutura dos taninos e as propriedades antioxidantes em alimentos como chocolate amargo. Isso pode levar a melhores benefícios para a saúde e rotulagem mais precisa dos produtos.

A equipe também está trabalhando na expansão do método para analisar vinhos brancos, café e lúpulo. Isso pode revolucionar a maneira como entendemos e apreciamos os sabores complexos de nossas bebidas e alimentos favoritos. O futuro do sabor está nos detalhes, e esta nova descoberta química está fornecendo o roteiro.

Fontes

  • Earth.com

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