Salto global na medição do tempo: cientistas aproximam-se da redefinição do segundo com relógios ópticos ultraprecisos

Editado por: Vera Mo

"Imagine um relógio de pulso que não perderia um segundo, mesmo que funcionasse por bilhões de anos." Essa visão cativante, expressa pelo físico Jun Ye, resume os avanços inovadores na medição do tempo.

Em um esforço colaborativo envolvendo Finlândia, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Japão, cientistas fizeram progressos significativos em direção à redefinição do segundo, a unidade fundamental do tempo. Esse objetivo internacional pode ser alcançado dentro desta década. A pesquisa envolveu a análise simultânea de dez relógios ópticos por 45 dias.

Os relógios ópticos, que são até 100 vezes mais precisos do que o padrão atual, os relógios de césio, estão no centro desse esforço. O experimento, conduzido sob o projeto europeu ROCIT, utilizou uma combinação de cabos de fibra óptica e conexões via satélite, um diferenciador chave em relação a estudos anteriores. Essa abordagem forneceu informações essenciais sobre o que ainda precisa ser feito para que os relógios ópticos atinjam a confiabilidade necessária para uso em escalas de tempo internacionais.

A infraestrutura conectou diferentes laboratórios em milhares de quilômetros na Europa. Um total de 38 relações de frequência simultâneas foram obtidas, quatro das quais foram sem precedentes. As outras foram medidas com um nível de precisão mais alto do que o alcançado anteriormente. Esse salto na precisão pode revolucionar a forma como medimos o tempo, com implicações que vão desde a meteorologia até estudos da física fundamental do universo.

A adoção desses dispositivos pode beneficiar não apenas a sincronização global de sistemas, mas também possibilitar testes mais precisos da teoria da relatividade e investigações sobre fenômenos como a matéria escura. A comunidade científica está otimista em relação a esses avanços.

Enquanto isso, outras tecnologias promissoras também estão em desenvolvimento. Entre elas estão os relógios nucleares, que medem a vibração não de um átomo inteiro, mas de um núcleo atômico. De acordo com o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) dos EUA, um protótipo desse tipo de relógio está em estágio avançado. Essa pesquisa nos aproxima desse nível de precisão.

Fontes

  • Olhar Digital - O futuro passa primeiro aqui

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