Um estudo inovador do Instituto de Geoquímica de Guangzhou da Academia Chinesa de Ciências revela como os carbonatos profundamente subduzidos influenciam os estados redox do manto da Terra. Publicada na Science Advances, a pesquisa destaca o papel desses carbonatos na formação de diamantes sublitosféricos e na evolução dos crátons.
Os pesquisadores simularam condições em profundidades de 250 a 660 quilômetros. Seus experimentos mostraram que as fusões de carbonatito de placas subduzidas interagem com rochas do manto contendo ferro metálico. A equipe descobriu que, em ambientes mais frios, "não pluma", as fusões de carbonatito se reduzem, formando diamantes imóveis que estabilizam os crátons.
Por outro lado, em condições mais quentes, influenciadas por plumas, as fusões de carbonatito oxidam o manto. Essa oxidação enfraquece a litosfera, potencialmente causando delaminação, elevação e atividade vulcânica. "O estado redox do manto profundo é um fator crítico que controla como os voláteis, como o carbono, circulam entre a superfície da Terra e seu interior", disse o Prof. YU Wang.
Ao comparar minerais experimentais com inclusões de diamantes naturais de crátons africanos e sul-americanos, os pesquisadores encontraram assinaturas redox distintas. Essas variações determinam se o carbono subduzido forma diamantes estáveis ou desestabiliza a litosfera. As descobertas avançam nossa compreensão do armazenamento e da mobilidade do carbono profundo.
O estudo também tem implicações para interpretar as idades de formação de diamantes e prever a estabilidade dos crátons. Esta pesquisa foi apoiada pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China, entre outros programas. Oferece novas perspectivas sobre o ciclo profundo do carbono da Terra e seu impacto nos processos geológicos.