Pesquisas recentes indicam que grupos de neandertais que habitaram as cavernas de Amud e Kebara, no norte de Israel, desenvolveram técnicas de abate e processamento de alimentos distintas, apesar de viverem próximos e utilizarem ferramentas semelhantes. Essas diferenças podem refletir tradições culturais locais transmitidas ao longo das gerações.
O estudo, publicado na revista Frontiers in Environmental Archaeology, analisou marcas de corte em ossos de animais encontrados nos dois sítios arqueológicos. As marcas encontradas na caverna de Amud eram mais densas e menos lineares, enquanto as de Kebara apresentavam padrões mais lineares. Essas variações podem indicar diferentes métodos de processamento de carne, possivelmente influenciados por práticas culturais específicas de cada grupo.
Além disso, a análise dos ossos revelou que, na caverna de Amud, uma maior proporção de ossos apresentava sinais de exposição ao fogo, sugerindo o uso do fogo no processamento dos alimentos. Em contraste, na caverna de Kebara, uma menor proporção de ossos mostrava sinais de exposição ao fogo, indicando possíveis diferenças nas técnicas de cozimento ou no consumo de carne fresca.
Essas descobertas fornecem insights sobre a complexidade social e cultural dos neandertais, sugerindo que, mesmo em condições ambientais semelhantes, diferentes grupos desenvolveram estratégias de subsistência distintas, possivelmente influenciadas por tradições culturais e sociais.