Uma descoberta arqueológica monumental no coração de Jerusalém revelou a maior represa antiga conhecida em Israel, uma estrutura de engenharia impressionante que se acredita estar intrinsecamente ligada à renomada Piscina de Siloé.
A estrutura recém-descoberta, datada de aproximadamente 2.800 anos atrás, durante o período do Primeiro Templo (cerca de 800 a.C.), demonstra um planejamento urbano e uma capacidade de gestão hídrica notáveis. Análises de amostras de palha encontradas no local permitiram uma datação precisa de até 15 anos, auxiliando na reconstrução do cenário climático da época e da necessidade de armazenamento de água pelos habitantes de Jerusalém. Esta represa é um testemunho da resiliência e adaptabilidade dos antigos habitantes diante de um clima imprevisível.
A Piscina de Siloé, um local bíblico mencionado no Novo Testamento, servia como um ponto crucial para a coleta das águas da Fonte de Giom, canalizadas por aquedutos antigos, como o canal da Idade do Bronze e o túnel de Ezequias. A conexão com a Piscina de Siloé, um local de imersões rituais e cura espiritual, reforça o significado multifacetado deste achado.
As escavações, lideradas pela Autoridade de Antiguidades de Israel, indicam que Jerusalém experimentou um crescimento significativo no final da Idade do Ferro. A descoberta desta represa, juntamente com outras estruturas ritualísticas e artefatos, sugere uma organização social e religiosa complexa. A reforma religiosa promovida pelo Rei Ezequias, por volta do século VIII a.C., que visava centralizar o culto no Templo de Jerusalém, é frequentemente associada ao desativamento ou selamento de locais de culto periféricos, como possivelmente esta estrutura.
Este achado enriquece a compreensão da engenharia e da vida cotidiana na antiga Jerusalém, fortalecendo a conexão entre os relatos bíblicos e a evidência arqueológica. A magnitude e a complexidade desta represa sublinham a importância estratégica do controle da água para a sobrevivência e prosperidade da cidade ao longo dos milênios, reforçando a narrativa de uma Jerusalém em constante desenvolvimento e adaptação.